Culturas e Paradigmas Indigenistas
Desde a chegada dos europeus no século XVI na América, que as culturas indígenas sofreram grandes mudanças, passando a ter um cenário de forma caótica, onde pouco foram respeitados os direitos dos índios.
Tendo em vista que os “civilizados” buscaram mudar a rotina e costumes destes povos, causando-lhe perdas que não corroboravam a sua existência, fazendo com que muitos grupos entrassem em extinção ou perdessem parte da sua cultura de origem, bem como vários grupos perderam sua língua e passaram, forçadamente, a falar português, além de terem adotado outras tradições do “homem branco”. Até hoje os povos indígena vêm lutando contra o preconceito e a falta de apoio às suas crenças.
Em meio a toda dificuldade restaram alguns grupos e tribos que vivem juntos aos “homens civilizados”, além de outros índios que vivem isolados na Amazônia, que conta com o maior número de índio isolados do mundo; ambos recebem proteção da Fundação Nacional do Índio - FUNAI -, que por sua vez teve a iniciativa de promover políticas que visam à interdição e a reserva de áreas indígenas. A Constituição Federal ressalva, no artigo 231 -, “São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos seus bens”. Através destas ações, minimizou a demanda de invasões ao Índio, embora, o desafio e os confrontos ainda acontecem de forma estarrecedoras.
São notórios os avanços educacionais e a importância ostensiva ao estudo e a valorização indígena nas escolas de educação básica e superior, que vem desde cedo quebrando paradigmas que prejudicam a imagem indígena. Isto remete a novas ideias sociais, refuta a ideologia de que o índio é “isto ou aquilo” discernindo a figura real do nativo.
Contudo, a incorporação do ensino de cultura e multiculturalismo inserido ao currículo escolar vem ampliando, de modo significativo, o conhecimento e conscientizando dos princípios, diferenças e valores que estão presentes em cada tradição popular. Com isso, há possibilidades de reduzir a ignorância desacerbada que eleva e desvia o sentido real da cultura e história verdadeira dos indígenas.
Portanto, a conservação às crenças, respeito e conhecimentos à história dos povos que formam nossa origem é de suma importância, fazendo-se necessário a valorização e o apoio mútuo ao crescimento das suas artes, a existência da língua nativa e seus rituais, sendo respeitável a audácia na sua dimensão de cultivar, manter e repassar para seus filhos com dignidade sua cultura, para que isso não se acabe, pois diante te tantos descontroles sociais, no mínimo, deve-se, ao menos conservar as culturas existentes. Como diz Anderson Cordeiro “um povo sem cultura e sem educação é como gado que se toca para onde se quer”.