A IA (Inteligência Artificial) FAZ PLÁGIO ?!

A IA (Inteligência Artificial) FAZ PLÁGIO ?!

Nem é preciso argumentar, basta reprisar trecho de extensa reportagem onde diz: "O novo gerador de imagens (...) é capaz DE IMITAR diferentes estilos". Pronto, quem imita algo NÃO CRIA, não inventa nada, no máximo "adapta", "retoca", reforma ! Ora, se o Mundo continuasse somente "imitando" o que se fazia nas cavernas, as revistas em quadrinhos nem existiriam e todo o período da RENASCENÇA ficaria apenas nos sonhos de uns poucos.

AS IAs (ou AIs) ESTUDAM o estilo literário ou dos desenhos, o analisam exaustivamente para REPRISÁ-LO IGUAL ou muito semelhante. Quando se fala de telas, de pinturas famosas, isso DAVA CADEIA... agora, há até defensores de tais "CÓPIAS", apenas porque certas máquinas as fizeram. Sem os MILHARES de "modelos" (pinturas, livros, desenhos) tais PCs criariam o quê ?! Desde 2023 vejo anúncios no Facebook de "malandros" oferecendo livros feitos EM 5 MINUTOS... você dá o tema, diz a quantidade de páginas que quer e, claro, PAGA, naquela época eram R$ 65,00 reais.

Só não informam DE ONDE os programas de IA "extraem" suas informações... são meros "REPETIDORES" de textos e imagens gerados neles, "mixados" -- mais para "DISFARÇAR" as obras originais -- de qualquer jeito. Será que a IA "entende" as diferenças gramaticais do Português, o uso dos pronomes no meio ou depois dos verbos e dos adjetivos antes ou após os substantivos ?! DUVIDO muito !

Uma (ex?) amiga me pediu para revisar sua biografia de 25 ou 40 páginas... declinei do encargo, era muita FANTASIA para uma vida profissional "pouco ativa". Mês e meio depois me informou eufórica, vitoriosa: "A AI (ou IA) produzira 410 páginas"! Só não imagino "do quê" ! Certamente há lá um bocado de TEXTOS ALHEIOS, "compilados" de qualquer jeito para satisfazer a vaidade da matrona sexagenária. Isso é PLÁGIO !

"NATO" AZEVEDO (em 7/abril de 2025)

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Reproduzo abaixo trechos da extensa reportagem de página inteiro no jornal "Diário do Pará" de 3/abril 2025, no Caderno VOCÊ, pag. B6:

E QUANDO A TÉCNICA ATROPELA A CRIAÇÃO ?

(...) Não precisa ter talento de artista. Basta digitar os comandos desejados que o sistema de inteligência artificial produz a imagem em segundos. O novo gerador de imagens lançado pela OpenAI, empresa responsável pelo ChatGPT, é capaz de imitar diferentes estilos. (...) "... elas propagam a ideia de que o desenho, em determinado estilo, é algo gratuito e que todo mundo pode fazer igual por meio do computador", diz José Alberto Lovetro, presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil.

A lei obrigaria o desenvolvedor a informar o conteúdo que está usando na produção da ferramenta, e também a obter AUTORIZAÇÃO dos titulares de direitos do autor. "Hoje os artistas não têm visibilidade do que está sendo utilizado pelos desenvolvedores", diz o advogado Antonio Curvello, sócio na área de propriedade intelectual da Daniel Advogados. "A lei nº 2.338 obriga a dar essa transparência, mapeando obras de terceiros usadas como base. Se pegar várias imagens do Sebastião Salgado e usar como fonte de um novo projeto de geração de conteúdo, terei que remunerar o titular das obras originais".

A OpenAI e o Google já afirmaram que, em sua interpretação, a lei de direitos autorais dos EUA permite que empresas de IA treinem seus sistemas em trabalhos protegidos por direito autorais sem que precisem OBTER PERMISSÃO ou compensação. A afirmação foi contestada por um grupo de 400 líderes (cineastas, escritores, compositores, etc), que enviou uma carta a Casa Branca pedindo ao governo Trump que não permita que empresas usem obras autorais para treinar modelos de IA. (...)

Do outro lado do ringue, perfis pró-IA defendiam o que chamam de "democratização da Arte". Agora, afirmam, TODO MUNDO pode ser artista. Para os criadores, porém, o problema vai além de uma simples concorrência da máquina. Ele traz também implicações para o direito autoral. Ferramentas de IA, vale lembrar, NÃO APRENDEM a gerar imagens SOZINHAS. Em seu treinamento, elas são alimentadas por conteúdos criados por seres humanos -- e isso inclui, é claro, obras de arte. Se uma máquina é capaz de recriar um desenho no estilo Ghibli, é porque ela "consumiu" MILHARES de materiais produzidos pelo Estúdio.

"As IAs são treinadas com massas gigantescas de dados, embora possam, evidentemente, priorizar um estilo ou gênero", diz Cleomar Rocha, pós-doutor em Poéticas Interdisciplinares (UFRJ) e professor em mídias interativas da Univ. Federal de Goiás.

AJUSTES (trechos)

Quem usa a IA para criar pode reivindicar direitos sobre o que produz ? Se levarmos em consideração as recentes respostas das autoridades americanas sobre o assunto, a resposta é: NÃO, MAS DEPENDE.

Nos últimos meses, os tribunais dos EUA tiveram que lidar com novas implicações de direitos autorais da indústria de IA. Artistas vêm apelando para a Justiça após o Escritório de Direitos Autorais dos EUA recusarem garantia legal de obras geradas por máquinas. (...) Segundo o juiz, a ausência de autoria humana impossibilita o reconhecimento do direito autoral. O Tribunal de Apelações reconheceu que obras criadas com o auxílio de IA podem ser protegidas, desde que haja uma participação humana substancial. No entanto, ressaltou que ainda não há critério legal claro sobre o grau de envolvimento humano necessário para que uma obra gerada por IA possa ser registrada. É justamente nessa zona cinzenta e subjetiva da participação que reside toda a controvérsia. (...) Para Antônio Curvello (...) o artista que reivindica a propriedade intelectual tem a obrigação de comprovar a sua interferência na obra.

"Ele precisará mostrar ao juiz, passo a passo, como ele influenciou a produção daquela obra, como organizou, selecionou e ditou os conteúdos", explica. Artista visual que utiliza IA em suas mais recentes obras, Giselle Beiguelman não acredita em autoria "compartilhada" entre humanos e máquinas, mas sim "distribuída". (autor) BOLÍVAR TORRES / Agência GLOBO

(com a colaboração de... GUSTAVO CUNHA)