A Autonomia nas Relações: Escolher o Que Faz Sentido

Nem todo mundo se relaciona da mesma forma. Em um mundo onde o “ficar” e o “se envolver rápido” são quase expectativas, ser seletivo pode parecer estranho. No entanto, essa seletividade não significa criar barreiras ou evitar conexões, mas sim escolher se envolver quando faz sentido.

A atração física ou o simples desejo de estar com alguém não são suficientes para todos. Algumas pessoas valorizam mais do que a superficialidade das interações casuais e preferem priorizar trocas que agreguem algo real. Não se trata de buscar intensidade o tempo todo, mas de querer algum nível de conexão antes de se envolver. Para essas pessoas, a questão não é optar entre algo leve ou sério, mas sim entre algo que tem valor e algo que não tem.

Essa perspectiva muitas vezes é mal compreendida, especialmente no contexto da não monogamia. Há um equívoco comum de que não monogamia significa disponibilidade irrestrita, como se estar aberto a múltiplas relações significasse aceitar qualquer conexão. Mas, na verdade, trata-se de liberdade – a liberdade de escolher com quem se envolver, sem seguir roteiros impostos. Isso não significa querer estar com várias pessoas o tempo todo, mas sim ter a autonomia para decidir o que vale a pena.

Ser seletivo nas relações não tem a ver com medo ou resistência. Pelo contrário, é um ato de autorespeito e preservação da própria energia. Tempo, presença e afeto são recursos valiosos e devem ser entregues com intenção. Escolher bem com quem compartilhar esses elementos não é frieza, estratégia ou jogo – é um exercício de consciência sobre o próprio bem-estar emocional.

Por isso, quando alguém hesita antes de se envolver, isso não significa falta de interesse, mas simplesmente uma forma diferente de enxergar as relações. A liberdade, nesse contexto, não é medida pela quantidade de conexões ou pela busca incessante por intensidade, mas pela possibilidade de decidir, com respeito e autonomia, o que merece espaço na própria vida.

Essa é a forma como eu vejo o mundo e as relações – um aprendizado que valorizei ao longo do tempo. Talvez, ao refletir sobre essas palavras, você se reconheça nelas. Ou, quem sabe, encontre um novo olhar para considerar em suas próprias escolhas. No fim das contas, cada um de nós tem seu próprio caminho, e as relações que escolhemos dizem muito sobre quem somos.

Imana Dandara
Enviado por Imana Dandara em 17/02/2025
Código do texto: T8266700
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