Como o "wokeismo" gera mais animosidade do que simpatia com as suas causas

Três casos e três soluções de bom senso 

Oscar 2025; atletas trans competindo com atletas não-trans e "crianças trans" 

13 indicações??

Emília Perez é um filme dirigido por um francês, protagonizado por atores americanos e europeus e que se passa em um México estereotipado, que tem sido destruído por boa parte da crítica especializada de cinema, mesmo por críticos altamente enviesados à "esquerda", simplesmente por ser um filme ruim. No entanto, recebeu nada mais nada menos que 13 indicações ao Oscar, mesmo número de indicações de filmes excepcionais, como o primeiro O Senhor dos Anéis. Pois enquanto muitos se desdobram para explicar essa contradição evidente, um dos fatores mais óbvios que explicam o favoritismo injusto desse filme é pura e simplesmente a "lacração", tomada como modus operandi pela academia nos últimos anos, talvez nas últimas décadas, se tratando de um filme com temática "trans". Então, o aparelhamento ideológico de Hollywood tem resultado no favorecimento de produções artísticas de qualidade duvidosa, apenas por corresponderem com a sua agenda política. E é claro que isso é injusto. E é claro que isso gera mais raiva e animosidade com a academia, mas também com ativistas e suas causas, do que gerar simpatia e apoio. 

Bons tempos aqueles, especialmente para gays com doses saudáveis de autocrítica (como eu), em que produções artísticas do gênero passavam pelo mesmo crivo de qualidade: de roteiro, atuação, direção... que os outros filmes. Porque, até à primeira metade da década de 2020, filmes "LGBT", assim como outros da mesma categoria do gênero de "filmes sobre grupos social ou historicamente 'marginalizados'", passaram a ser tratados de maneira injustamente diferenciada, pelo critério da lacração ou vitimismo, moeda forte na política contemporânea do mundo ocidental (mas que parece estar em franca decadência), gerando animosidade entre o grande público e constante suspeita sobre a qualidade dos mesmos, ainda mais quando recebem muitas indicações ou ganham prêmios. Pois seria de bom senso se a indústria do cinema, ou do entretenimento, simplesmente voltasse a julgar produções pelo critério objetivo de qualidade. Além disso, ganhar prêmios por outras razões que não o merecimento verdadeiro definitivamente não é justo, até por se tratar de uma suposta tentativa de corrigir injustiças quanto a favorecimentos ou preconceitos do passado. 

Atletas trans competindo com atletas não-trans 

Faz sentido homens competindo com mulheres??

Homens são, em média, muito mais fortes e ágeis fisicamente, e isso não é um demérito para as mulheres, já que elas também apresentam qualidades admiráveis, mais compatíveis com as suas disposições biológicas, como a flexibilidade e a leveza. Mesmo "mulheres trans', na verdade, homens biológicos, continuam mantendo suas vantagens masculinas e isso é injusto. O resultado tem sido a quebra de recordes e a supremacia de desempenho dos atletas trans sobre os não-trans em esportes femininos, onde estão presentes. O engraçado é que quando se tratam de "homens trans", na verdade, mulheres biológicas, competindo com homens biológicos, a vantagem continua a ser masculina, especialmente por causa da desproporção da força física do segundo grupo. Uma situação bem misógina... Pois essa insistência de ativistas em forçar atletas trans a competirem com atletas não-trans é claro que causa indignação, sentimento de injustiça... especialmente entre os atletas não-trans que percebem que estão sendo prejudicados. 

A solução ideal, sempre baseada no bom senso, seria de criar categorias especiais de esportes: mistas entre atletas trans e não-trans, e/ou apenas trans, sem forçar a presença dos trans em esportes tradicionais. Assim, atletas trans terão o seu espaço preservado e atletas não-trans poderão escolher entre competir ou não com os trans. 

"Crianças trans"

Um transexual é um indivíduo que fez a "transição" do sexo de nascimento para uma aproximação ao sexo de identificação. É isso. Portanto, não existem indivíduos que nascem trans, mas que nascem com disforia grave de gênero. E se esses realizarem a "transição", se tornarão "trans". Mas mesmo se uma criança for submetida a procedimentos de "redesignação sexual" já é um escândalo por si mesmo, se tratando de uma criança e não de um adulto, de um ser humano que ainda está em fase de desenvolvimento e que não tem pleno discernimento de suas vontades e ações (mesmo muitos adultos não costumam ser consistentes nisso). E se esses procedimentos também são irreversíveis: a esterilização, as mudanças estéticas, a hormonal e até mesmo a incapacidade de sentir prazer sexual, quando são feitos antes que o indivíduo chegue à puberdade. Sem falar dos efeitos colaterais graves que podem, inclusive, resultar em óbito. Pois se fulano quer mutilar o seu corpo, porque sim, esses procedimentos se tratam justamente de fazer alterações irreversíveis, geralmente em corpos saudáveis... Então, se ele tem certeza disso, que o faça quando se tornar adulto. Ainda existem casos de adultos em que esse tipo de procedimento não é recomendável, particularmente nos de pessoas com doenças ou organismos frágeis, incluindo aquelas com deficiência intelectual severa, análogo à situação da criança. Aqui, não há mistérios. Coibir e se possível proibir que "médicos" façam esses procedimentos em crianças é a única solução de bom senso disponível.