Análise psicológica do juramento dos Lanternas Verdes (DC Comics)
"No dia mais claro, na noite mais densa,
o mal sucumbirá ante minha presença.
O seguidor do mal tudo perde,
ante o poder do Lanterna Verde".
De acordo com conceitos psicanalíticos, o juramento pode ser visto como uma internalização de lei e autoridade, como um representante do superego estabelecendo um código moral rígido. A frase "O seguidor do mal tudo perde" sugere uma estrutura maniqueísta, onde bem e mal são bem delimitados, refletindo um desejo de ordem e justiça típico da função superegóica. O trecho "o mal sucumbirá ante a minha presença", remete ao desejo de erradicar algo que é visto como negativo. Analiticamente, entende-se que o mal (ou "sombra", em termos junguianos) faz parte da psique humana, e tudo que é reprimido pode retornar em forma sintomática - o que podemos observar nos desafios enfrentados pelos Lanternas Verdes ao lidar com seus medos, ou no caso da fraqueza inicial perante a cor amarela.
Na mitologia dos Lanternas o medo é um elemento central: Lanternas Amarelos o usam como fonte de poder. Do ponto de vista lacaniano, o medo pode ser entendido como um significante do real que perturba a ordem simbólica do Lanterna Verde, cuja fonte de poder é a força de vontade. Seu compromisso com a ausência de medo é uma tentativa de negar essa dimensão, o que a Psicanálise mostra impossível, pois a negação pode levar a um retorno sintomático deste afeto.
O juramento também carrega um desejo de onipotência na ideia de que a simples presença de um Lanterna Verde fará com que o mal sucumba, o que está ligado ao princípio do gozo. Há um apelo ao exercício do poder absoluto e ao ideal do herói infalível, mas sabemos que Lanternas Verdes falham e enfrentam dilemas morais - revelando a impossibilidade dessa onipotência.
Enfim, o juramento é um ato de afirmação identitária que reforça a posição simbólica do herói, mas esconde uma tensão psíquica entre a necessidade de ordem e a impossibilidade de erradicar o medo e o mal. O verdadeiro "heroísmo" não se encontraria na negação do medo, mas na capacidade de o integrar à psique de forma saudável.