Síntese do pensamento de Karl Marx: Matéria para prova do Enem e Vestibular.
Karl Marx foi um filósofo, sociólogo, economista, jornalista e teórico político alemão. Junto a Friedrich Engels, elaborou uma teoria política que embasou o chamado socialismo científico.
Suas contribuições para a Filosofia Contemporânea incluem, além da análise social e econômica, um novo conceito de dialética, baseado na produção material da humanidade.
Seu conceito dialético, chamado de materialismo histórico dialético, proporciona uma nova visão para a análise social e científica sobre a história da sociedade.
Ao analisar a produção material da Europa, no século XIX, Marx identificou a marcante desigualdade e a exploração de uma classe detentora dos meios de produção (burguesia) sobre a classe explorada (proletariado), o que marcou profundamente a sua carreira.
Karl Marx nasceu em 1818, na cidade de Tréveris, então território da Prússia. Apesar de ser um dos maiores críticos do capitalismo e da divisão de classes sociais, ele nasceu no seio de uma família de classe alta alemã.
Seu pai foi um bem-sucedido advogado e conselheiro de governo. Marx estudou no Liceu Friedrich Wilhelm, tendo uma formação, desde cedo, condizente com a sua classe social.
Aos dezessete anos de idade, Marx ingressou no curso de Direito da Universidade de Bonn, seguindo os passos do pai. Porém, o jovem universitário encontrou as festas e a vida boêmia. A fim de cortar o estilo de vida que o filho levava, Heinrich Marx, seu pai, transferiu-o para a Universidade de Berlim.
Lá, o contestador e desafiador Marx conheceu o curso de Filosofia, área de estudo em que se formaria.
Na Faculdade de Filosofia da Universidade de Berlim, Marx foi aluno e discípulo do grande filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel, pessoa que influenciou a sua produção teórica, principalmente com o conceito de dialética.
Nos seus anos em Berlim, Marx mostrou-se um grande crítico de governos e governantes, com inclinações para a crítica social.
Aos 23 anos de idade, Marx defendeu sua tese em Filosofia, obtendo o título de doutor, o que lhe proporcionou o ingresso na carreira acadêmica.
No entanto, por conta de sua ávida crítica ao governo prussiano, o filósofo foi vetado nas universidades, o que o obrigou a trabalhar como jornalista.
Pouco mais de um ano que Marx entrou para a redação de um jornal prussiano, de cunho socialista, a censura fechou a publicação.
No mesmo ano em que Marx perdeu o emprego no jornal, 1843, casou-se em segredo com Jenny von Westphalen.
No mesmo ano, mudou-se para Paris, tendo contato com os ideais socialistas que influenciaram fortemente a sua produção intelectual.
O casal Karl Marx e Jenny von Westphalen teve sete filhos e quatro deles morreram ainda na infância, por conta da situação precária em que viveram durante muito tempo, causada pela falta de dinheiro. Com a recusa de empregos para Marx e sua carreira instável no jornalismo, o casal viveu por muito tempo apenas de partes que receberam das heranças de seus pais.
As posições radicais de Marx legaram-lhe diversas expulsões de territórios prussianos, alemães e franceses, sendo expulso de vez de Colônia, na Alemanha, em 1848. Também em 1848, publicou o Manifesto Comunista, junto a Engels, o que deu início à obra marxista, que compôs o que chamamos hoje de socialismo científico.
Marx estabeleceu-se na Inglaterra, em 1849. Desde 1843 até o fim de sua vida, Marx sobreviveu dos restos de heranças, da ajuda de Friedrich Engels e de artigos que escrevia vez ou outra para jornais.
A partir de sua estada em Londres, o filósofo passou a desenvolver a sua obra mais importante, O Capital, além de livros que se tornaram referências para os estudos de Sociologia, de Economia e sobre o socialismo.
O filósofo faleceu no ano de 1883, dois anos após o falecimento de sua esposa, em virtude de complicações respiratórias causadas pelo uso excessivo de tabaco.
Leia também: Desigualdade social – conceito amplamente discutido por Marx
Teoria de Karl Marx.
Marx desenvolveu uma densa e extensa obra que abarca importantes conceitos filosóficos, econômicos e históricos, além de abrir caminho para uma ampliação do método sociológico. Porém, o filósofo ficou mais conhecido por sua teoria de análise e crítica social, que reconhecia uma divisão de classes sociais e a exploração de uma classe privilegiada e detentora dos meios de produção sobre uma classe dominada.
O conjunto de seus conceitos importantes compõe o que Marx denominou de materialismo histórico dialético, um método de análise social e histórica baseado na luta de classes.
Logo no início do Manifesto Comunista, Marx e Engels afirmam que "a história de todas as sociedades até hoje existentes é a história das lutas de classes|1|". Essa frase icônica representa o cerne do que é o marxismo: o reconhecimento de que diferentes classes sociais são transpassadas por relações de dominação.
Marx e Engels, os autores do “Manifesto do Partido Comunista”.
Marx e Engels, os autores do “Manifesto do Partido Comunista”.
Dentro da teoria geral marxista, alguns conceitos sobressaem-se por sua ampla importância dentro do próprio sistema marxista. São eles:
Infraestrutura: pautada na economia e por sua centralidade na esfera produtiva, que é o principal eixo compositor do materialismo histórico. A infraestrutura envolve a divisão do trabalho, a produção e suas relações, a compra, o comércio etc.
Superestrutura: é um conjunto de instituições e normas que mantém a ideologia social e a lógica de exploração funcionando. São elementos da superestrutura o Estado, as leis, a religião e a cultura.
Mais-valia: é a diferença entre o preço de matéria-prima e produção de uma mercadoria e o preço do trabalho e o custo dos meios de produção da mesma mercadoria.
Alienação: há uma separação evidente entre o trabalhador e o fruto de seu trabalho.
A mais-valia, que nos processos de produção manufaturados beneficiava os artesãos, no processo de produção capitalista, beneficia o dono dos meios de produção e tira dos trabalhadores a capacidade de se reconhecer no seu próprio trabalho.
Burguesia: é a classe detentora dos meios de produção.
Proletariado: é a classe operária.
Após a constatação do processo de dominação, Marx apresentou como possível solução a Revolução do Proletariado, que seria uma revolta da classe operária que tomaria consciência de sua classe, de sua força e das injustiças vividas.
Essa revolução derrubaria o Estado e implantaria uma ditadura do proletariado, que teria como missão acabar com a propriedade privada e minar, aos poucos, a diferença de classes sociais.
O fim disso seria, supostamente, o comunismo, ou seja, a forma perfeita do socialismo, de acordo com o teórico.
Ilustração da condição precária de trabalhadores em uma fábrica.
Jornada de trabalho exaustiva, precária e mal remunerada
Karl Marx e a Sociologia.
As contribuições de Marx para a História, para a Filosofia e a formulação de um novo modo de análise social, voltada para a crítica do capitalismo, foram fundamentais para a disseminação da Sociologia e para sustentar um método sociológico mais sólido.
A teoria crítica do capitalismo fundada por Marx e Engels esclareceu alguns fatores que a análise de Durkheim (Junto a Karl Marx e Max Weber, Durkheim compõe a tríade dos pensadores clássicos da Sociologia) sobre as sociedades capitalistas industriais não aborda.
Na juventude de Marx, a Sociologia ainda não tinha surgido como uma ciência metódica e acadêmica, pois o responsável pela formulação do método sociológico foi o francês Émile Durkheim.
Porém, os conceitos presentes na obra de Marx, não somente os que dizem respeito à teoria marxista ou ao socialismo, deixaram para os sociólogos posteriores respostas sobre uma lógica capitalista de um sistema de privilégios, em que uma classe sobrepõe-se à outra e sobre o funcionamento interno do mercado e da produção.
Obras de Karl Marx.
As principais obras de Karl Marx, produzidas para a publicação, são:
Manifesto do Partido Comunista: escrita a quatro mãos, com Friedrich Engels, o manifesto fundou um novo pensamento socialista-comunista.
A Ideologia Alemã: um dos mais importantes trabalhos de Marx. Esse livro, escrito e publicado entre 1845 e 1846, traz à tona uma primeira formulação precisa do conceito de materialismo histórico dialético, demonstrando que a tese dialética de Marx tomou um rumo totalmente diferente da dialética de seu professor, Hegel.
Aliás, o livro de Marx é escrito quase que todo para criticar Hegel e os idealistas alemães, que se distanciavam da prática e da vida material, que é a única possibilidade concreta de uma revolução.
Contribuição para uma Crítica da Economia Política: nesse escrito, Marx faz uma espécie de "preparação do terreno" para a obra magna que viria alguns anos depois.
Nessa obra, Marx fala de algumas noções relacionadas ao valor, à moeda e à mercadoria.
O Capital
Tida como a mais densa e completa produção marxista, O Capital é o ápice da produção do filósofo e consagrou de vez a sua teoria social sobre a divisão de classes sociais, a burguesia e a exploração do trabalho.
Nessa obra, Marx faz uma espécie de genealogia do capitalismo e estuda as contradições geradas por esse sistema. Segundo o filósofo, o capitalismo seria derrubado por suas contradições, tomado pela classe operária e substituído pelo comunismo.
Frases.
"Até agora os filósofos ficam preocupados na interpretação do mundo de várias maneiras. O que importa é transformá-lo."
"As oposições teóricas só podem ser resolvidas de uma maneira prática, pela energia prática do homem.
Sua solução não é de nenhum modo tarefa exclusiva do conhecimento, mas uma tarefa real da vida que a filosofia não poderia resolver porque ela só a reconhece como uma tarefa puramente teórica."
"A religião é o ópio do povo."
"A história de todas as sociedades até hoje existentes é a história das lutas de classes."
Site: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/karl-marx.htm
Por Francisco Porfírio
Professor de Sociologia.
Postado por: Edjar Dias de Vasconcelos Bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção - Arquidiocese de São Paulo Puc, com graduação máxima, nota dez no Exame De Universa Theologia.
Edjar estudou latim, grego, aramaico, alemão, francês e espanhol, com formação também em Filologia, estudou direito canônico e pátrio, formulador como tese em Astrofísica, O Princípio da Incausalidade.
A segunda tese elaborada por Edjar Dias de Vasconcelos, por que o homem é o único animal que fala, quando na natureza existe apenas um DNA mitocondrial, todas espécies nasceram e replicaram através da única célula mater existencial.
Em resposta devido ao fenômeno do bipedismo nas savanas, os homens ao ficarem erectus foi possível o nascimento das cordas vocais, nascendo a cognição.
Autor de diversos artigos científicos publicados em sites.
Licenciado em Filosofia, Sociologia e História, formado em Psicologia, com registro pelo Mec, pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC-MG, outras Universidades no Brasil.
Edjar Dias de Vasconcelos estudou em: Itapagipe, Campina Verde, Belo Horizonte, Petrópolis, Rio, São Paulo, Nas PUCs como nas Universidades Federais e o Mackenzie, também em outros lugares, estudando sempre política, economia e filologia.
Experiência na orientação de estudos em temas diversos. Professor convidado do Instituto Parthenon - Instituto Brasileiro de Filosofia e Educação-www.institutoparthenon.com.br
Edjar Dias de Vasconcelos.