O Velho Lobo - Um Grande Brasileiro
Num Sábado, do mês de abril de 1892, mais exatamente no dia 10, há 132 anos, em Messejana, Fortaleza, no Estado do Ceará, vinha ao mundo um brasileiro notável.
Um menino como tantos outros, cuja trajetória de vida deve ser por todos lembrada pela simplicidade de seus atos, mas acima de tudo pelo simbolismo de seus exemplos. Um brasileiro que dignifica a nossa Nação.
Benjamin foi seu nome. Benjamin, do hebraico ben-jamin, o "filho do lado direito", o "filho da felicidade", o "bem-amado". Nome perfeito para um ser igualmente perfeito.
Menino, mudou-se com sua família para o Rio de Janeiro. Na então Capital Federal prestou concurso e foi admitido em primeiro lugar para a Escola Naval. Na Marinha fez carreira notável. Em 1913 sobreviveu ao naufrágio do Rebocador Guarani. Em 1954 atingiu o Almirantado cargo em que se destacou pelas suas atitudes firmes mas de homem de grande sensibilidade e caráter.
Homem de múltiplas qualidades, foi professor de astronomia, de navegação e de história na Escola Naval. Desportista, no Rio de Janeiro fez-se jogador pelo América Football Club, do Botafogo de Futebol e Regatas e da Seleção Brasileira de Futebol entre 1910 e 1916.
Neste último ficou conhecido como "Mimi do Botafogo" e pela sua elegância com seus companheiros e de time, e dos times contrários, ganhou a nobre alcunha de "o gentleman dos gramados" (http://www.mis.rj.gov.br/blog/mimi-sodre-o-gentleman-dos-gramados/).
A seu respeito escreveu Sérgio Augusto, em Botafogo Entre o Céu e o Inferno: (http://jblog.jb.com.br/botafogo/2011/08/26/torcer-pro-botafogo-um-raro-prazer/)
"Ratinho mais honesto o futebol nunca viu. Incapaz de fingir e mentir, jamais catimbou uma jogada. Se achava que uma falta assinalada a seu favor pelo árbitro não proceder, era o primeiro a contestá-la, como se fosse um Salomão de chuteiras. Sempre polidamente, claro. Pois Mimi Sodré, além de salomônico, era um gentleman, um lorde até mais Lorde que o Almirante Nelson.
De uma feita, atuando pelo escrete militar brasileiro contra a seleção chilena, parou uma jogada dentro da grande área, acusando um toque de mão (ou hands, como se dizia) que ele próprio cometera e ninguém percebera. Sempre se gabou desse beau geste, inconcebível para 99,9% dos jogadores de futebol."
A partir de quando conheceu o Movimento Escoteiro, logo tornou-e um entusiasta pelo trabalho de Baden-Powell, sendo o fundador e organizador dos Escoteiros do Mar no Brasil. Sua dedicação foi tamanha que passou a ser conhecido, desde então, como "O Velho Lobo"
Almirante de Esquadra da Marinha do Brasil; Presidente do Botafogo de Futebol de Regatas; Presidente da UEB - União dos Escoteiros do Brasil; Presidente da CNEC - Campanha Nacional das Escolas da Comunidade; Presidente da ADESG - Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra; Presidente do Grande Oriente do Brasil; e Presidente da Comissão Nacional de Moral e Civismo.
Homem de caráter ilibado e reputação reconhecida nos muitos segmentos em que atuou. Sua estatura moral o faz merecedor de inúmeras homenagens por todo o Brasil. Vários Grupos de Escoteiros ostentam seu nome. Ruas e espaços públicos levam o nome de Almirante Benjamin Sodré. Os Escoteiros do Brasil que completam 50 anos de bons serviços recebem a "Medalha Velo Lobo" em referência e homenagem a Benjamin Sodré.
Homens como Benjamin de Almeida Sodré merecem, e precisam ser lembrados por todos os brasileiros, especialmente nesses tempos bicudos em que a descrença nos homens públicos impera entre todos.
Benjamin Sodré, símbolo da dedicação, da honestidade, da bondade, da dignidade. Um dos muitos que horam nossa raça, nosso povo.
Há alguns poucos anos tive a iniciativa de promover o plantio de uma muda de pau brasil no terreno do Museu da Marinha, no Rio de Janeiro, junto a sua filha Dora Sodré, familiares, oficiais da Marinha, rotarianos e personalidades de nossa sociedade. Um gesto simbólico para representar o respeito de todos os brasileiros à memória de quem tanto honra a nossa História.
Viva o Grande Brasileiro Benjamin Sodré! Para sempre viva em nossa memória.