O que veganismo e multiculturalismo têm em comum?? Falácia da bondade absoluta

Se fosse possível abdicar totalmente do consumo de carne animal sem ocorrerem repercussões à minha saúde, eu teria me mantido firme na dieta vegetariana que comecei há uns dez anos atrás, nos idos de 2014, e que poucos anos depois acabou se tornando uma dieta "reducionista" ou "peixetariana" (entre aspas, porque sempre consumi pouco peixe), e que, por fim, resultou no meu retorno ao onivorismo, por temer que esse tipo de restrição alimentar pudesse afetar ou já estar afetando a minha saúde. Eu voltaria a essa dieta, porque apenas em termos morais, é o mais certo a se fazer, de minimizar ao máximo o sofrimento das outras espécies de seres vivos, com base no conhecimento de que somos, essencialmente, iguais, por sermos todos seres vivos e ainda mais no caso daqueles que apresentam senciência. Mas em termos funcionais, em um sentido mais evolutivo, não é tão simples assim, já que nossa espécie evoluiu por milhares de anos com uma dieta onívora e isso significa que nossos organismos estão adaptados a ela, de maneira que, mudá-la radicalmente costuma causar mais prejuízos que benefícios à nossa saúde, ainda que os estudos comparativos com diferentes dietas, na minha opinião, costumam ser um pouco oblíquos, com possíveis fatores de confusão, por exemplo, as correlações que têm sido encontradas entre transtornos mentais, asma e adoção de dietas vegetarianas. Pois não dá para afirmar que as mesmas estão causando asma ou transtornos psiquiátricos, se simplesmente não dá para fazer essas comparações sem levar em conta a diversidade dos organismos humanos e a real possibilidade de que alguns organismos se adaptam melhor à certas dietas do que outros, bem como as motivações que levam alguns a adotarem dietas que diferem da que tem sido adotada pela maioria de sua cultura original. Então, pode ser possível afirmar que, apesar de estar muito certo moralmente, o veganismo acaba escorregando parcialmente para um status de falácia, ou pela qual também se baseia, de falácia da bondade absoluta, típico de pseudociências "do bem", se não leva em conta os aspectos citados, funcionais e/ou evolutivos, responsáveis pelo onivorismo humano e que pode colocar em risco a saúde de, talvez, muitos dos que o adotam sem antes terem buscado fazer adaptações estritas visando a minimização desses potenciais prejuízos, ou quando veganos frequentemente incitam à mudanças estruturais relacionadas ao consumo de carne, sem pensarem em todos esses pormenores...

Pois além do veganismo, outra ideologia que se tornou hegemônica especialmente em espaços de poder, o multiculturalismo, também se baseia nessa falácia, de se basear em uma moralidade teoricamente superior, mas que na prática mostra-se bastante deficiente mesmo em sua principal intenção, de melhorar o mundo fazendo o bem. Se faz todo sentido, moralmente, que países, em especial os mais ricos, se tornem ou sejam generosos na recepção de imigrantes econômicos e refugiados fugindo do subdesenvolvimento, da pobreza ou de conflitos armados... Mas, em um outros aspectos, não é tão simples assim, até mesmo no aspecto moral, já que não somos, em média, iguais ou compatíveis cultural, psicológica e cognitivamente, nem perfeitamente dentro dos grupos aos quais nos associamos, imagina em relação a indivíduos oriundos de culturas e perfis psico-cognitivos distintos?? Isso significa que, cedo ou tarde, conflitos culturais, eufemismo para aumento de diferentes tipos de crimes, começarão a acontecer nas regiões mais receptivas a estrangeiros. Segundo que também é importante pensar no bem estar dos que moram nas regiões, cidades, estados ou países que se abrem para a imigração, não apenas nos imigrantes e refugiados. Em outras palavras, a empatia não deve ser direcionada apenas a um grupo... Terceiro que, por mais triste possam ser os problemas e conflitos humanos, é necessário aceitar que não somos capazes de resolver todos os problemas do mundo, também no sentido de receber um fluxo muito grande de refugiados e imigrantes econômicos. De acabar com essa "síndrome do super salvador", substituindo-a por uma abordagem realista. Como resultado, outras medidas poderiam ser pensadas visando ajudar os 'mais necessitados" de fora sem que se apele para a recepção massiva e sem controle de qualidade, pois sim, não parecem poucos os sujeitos mal intencionados que pedem asilo de refugiado ou entram como imigrantes econômicos. O que é certo de se afirmar é que a recepção generosa de estrangeiros teoricamente em situação de risco pouco ajuda na resolução dos conflitos ou problemas dos seus países de origem, tal como jogar baldes de água pensando em apagar um fogaréu. Além de acabar importando problemas para os países receptivos, sem filtro de qualidade... Por fim, o que parece ser um pensamento simples, pragmático e direto de bondade máxima, acaba se comportando como uma grande imprudência bem intencionada que não leva em consideração o máximo de detalhes que fazem toda diferença no julgamento final.