Escrevo. Simplesmente escrevo.
Tenho o hábito de escrever. Faz tempo que ocupo uma parte de meu tempo a colocar meus dedos no teclado do computador, a digitar pensamentos que me ocorrem.
Às vezes me pergunto: E por que, Joper, você escreve? E para quem destina seus textos? E qual o objetivo desses escritos?
Pesquisando aqui e ali descobri o que seria óbvio. Essa indagação ocorreu e ocorre a muitos outros. Longe de ser eu o primeiro a ter essa inquietação. Certamente por ser recorrente, levou até a ser o título de livro publicado em 1999: Por que escrevo?
Algumas figuras ilustres terão respondido, cada qual com sua visão.
Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando…. Clarice Lispector
Eu escrevo para salvar a alma. Fernando Pessoa
Escrevo porque ninguém me acusa de estar me escondendo, mesmo que eu esteja. Martha Medeiros
Sou uma pessoa que gosta de escrever, que conseguiu talvez exprimir algumas de suas inquietações, seus problemas íntimos, que os projetou no papel, fazendo uma espécie de psicanálise dos pobres, sem divã, sem nada. Carlos Drumond de Andrade
Uma vocação inescusável. Eu nunca quis ser outra coisa, senão escritor. Ariano Suassuna
E por aí vão as respostas de escritores renomados a jornalistas e pessoas curiosas sobre suas vocações.
E eu, pessoa modesta, filho do Seu Zé com Dona Mercedes, por que escrevo? Sei lá! Escrevo porque tenho vontade de expressar meus pensamentos, meus sentimentos, meus momentos.
Procuro me dedicar a construir algo que possa contribuir para o desenvolvimento da sociedade. A edificar ambientes de paz e compreensão. Evito tratar de análises críticas. Uma palavra com três letras e um sinal diacrítico raramente são encontradas pelo corretor. Procuro escrever em bom português, evitando estrangeirismos. Ajo assim com naturalidade.
Valfrido Canavieira, proprietário da Irvaca (Indústrias Reunidas Valfrido Canavieira), inesqucível personagem de Chico Anísio, prefeito de Chico City fazia longos discursos sem ndada dizer. Isso mesmo. Palavras podem soar absolutamente vazias na maioria das vezes. Procuro escrever textos com conteúdo. Que agreguem valor de alguma forma.
Valendo-me dos meios tecnológicos ao meu dispor, publico meus textos em meu sítio na internet. Sem ser piegas, escrevo sempre que a vontade bate à minha porta, como agora.
Procuro estar atualizado com a cultura, com os fatos da dinâmica social. Assisto o noticiário, leio bastante, ouço música como inspiração. Me mantenho liberto para que as percepções ocorram e as sinapses evoluam naturalmente, como convém a meu organismo.
No início desse meu hábito, senti timidez. Venci essa etapa. Hoje leio com imensa alegria os comentários de pessoas generosas que dedicam suas atenções a ler o que público. São palavras de incentivo, de estímulo, de encorajamento. Gosto quando as recebo, confesso. Todos sem exceção são construtivos, agregadores, e levados em conta em novos textos. Sou grato a quem se dispõe a fazê-lo.
Escrevo porque me encanta fazê-lo. Ouso construir pensamentos e ordená-los em frases e parágrafos. Gosto de música em geral, mas sou um fiasco com instrumentos musicais (já tentei num passado remoto … e nada!) e invejo os que têm o dom da composição ou da interpretação. Já com as palavras me sinto confortável. Ado, ado, ado, cada qual em seu quadrado, diriam os mais jovens.
Tenho a humildade de saber que meus textos possam ser frágeis, até mesmo criticados pelo estilo ou conteúdo. Levo em consideração quando as pessoas criticam e procuro aperfeiçoar o que me proponho a fazer. Mas, sem pudor, assumo: continuo a escrever.
Saramago disse: Escrevo para compreender. O que é um ser humano? Os livros são escritos, já se disse, para durar além de seu tempo. Eles são candidatos a uma forma de imortalidade.
Quem sabe um dia eu organizo o que escrevi nestas últimas décadas e ouso publicá-los após cuidadosa revisão. Quem sabe? O futuro tem seus caprichos e essa ideia poderá vir a ser realidade. E, nesse caso, talvez possa até responder em livro: Por que escrevo.