EU, PERDIDA NAS RUAS DE TÓQUIO?...ALGUMAS CURIOSIDADES...PARTE II...🏰 💥💫💥 🏰
Confesso que foi uma experiência muito rica e engrandecedora chegar aqui no Templo de Sensoji em Asakusa , em Tóquio, pois pude sentir mais de perto como os japoneses valorizam a sua espiritualidade e honram as suas tradições e toda a sua história. Este templo não é apenas um lugar de retiro espiritual, mas também um símbolo de resiliência pois o templo sobreviveu aos ataques da Segunda Guerra Mundial.
Ele carrega um misto de arquitetura moderna, porém conserva partes antigas que foram preservadas e restauradas; então o templo une tradição e modernidade. Ao lado temos a incrível beleza das águas do rio Sumida.
Revendo as fotos tiradas naquela época logo vi que no portão principal vemos uma enorme lanterna em cores vermelha e preta ( Kaminarimon) , segundo a simbologia japonesa ela representa uma proteção trazendo bons fluidos; do lado desta porta vejo duas estátuas de madeira, um de cada lado. ( Fujin e Raijin ).
Nesta passagem observamos também a figura do dragão, que pode representar na mitologia o símbolo da imortalidade, ou a união dos contrários, a luta do bem e do mal sendo enaltecidos pela força divina.
Em outra entrada ( Hozomon) chama muita atenção a grandiosidade do templo, avista-se a construção de cinco andares, enorme, muito majestoso. Hoje, revendo as fotos veio a sensação de que o templo construído tão alto seria uma tentativa de se aproximar dos deuses, tão próximo do céu aberto... lá do alto podemos observar o bairro inteiro de Asakusa.
Na simbologia budista todos os andares estão interligados, podendo passar a imagem e a ideia de harmonia, de conexão com a esfera espiritual. Ali sentimos muita paz de espirito, muito conforto, muita serenidade...
O salão principal é dedicado a uma deusa budista que eles chamam de Kannon, "A Deusa da Misericórdia ", e diz a lenda que o templo foi construído para venerá-la. Ali observamos muitas homenagens à Kannon antes das pessoas prosseguirem com seus passeios.
E como não admirar e contemplar os jardins do templo com toda a paz que ele nos transmite. Ali, admirando tanta beleza nos reenergizamos trazendo de volta a reflexão, o retorno a nossa simplicidade e a nossa busca pela paz interior, sabedoria e evolução espiritual...🕍 💐 🌼 🕍
Ah! "No pavilhão das Aguas", forneceram uma concha comprida para enxaguar as mãos antes de entrar no templo: isto significa que temos que purificar o corpo e a mente para entrar e elevar a nossa espiritualidade.
Quem quiser pode participar também do "ritual do incenso"; há um local para a queima dos incensos, a sua fumaça deve ser espalhada pelo rosto e pelo corpo. Simbolicamente o incenso significa um "ritual de cura".
Ali sentimos uma energia muito forte, há outros rituais de agradecimentos, de orações , um lugar propício para as meditações e para um mergulho no nosso interior.
Interessante que os japoneses adotam um sincretismo religioso, agregam diversas crenças vindas do budismo e do xintoismo. Porém eles não celebram missas, não praticam nenhuma religião e nem cultos, mas prevalece a prática dos preceitos budistas.
O budismo na sua essência tenta ajudar as pessoas a se libertarem do sofrimento e a encontrar o caminho da felicidade. A libertação para eles só é possível através do nosso autoconhecimento baseadas nas escolhas que fazemos.
Valorizam a compaixão, a meditação para esse encontro pessoal e os caminhos do bem e do amor; assim não é uma prática religiosa, compreende que a evolução humana só se torna possível através do nosso próprio questionamento pessoal.
O templo conserva várias escrituras sagradas budistas.
Apreciei muito tanta informação histórica e cultural. Como não estava em excursão e sim em viagem familiar, então não havia nem guia e nem intérprete para nós, muito desses conteúdos não foram assimilados infelizmente.
Ali sentimos uma paz imensa, que contrasta com aquele movimento frenético de Tóquio e toda aquela agitação ao seu redor.
Para quem aprecia o budismo e toda a sua filosofia acredito ser um dos templos mais ricos e interessantes do Japão.
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Queridos amigos, tentei trazer aqui um pouco das minhas impressões desse lugar maravilhoso.
Dentro do templo há muito mais material histórico a ser compartilhado, ali têm muita informação, porém se você tiver alguém que consiga decifrar a escrita japonesa e explicar todo aquele vasto material exposto, com certeza o passeio vai ser muito mais enriquecedor.
E como afirma o LAMA GOVINDA:
" O que torna o homem abençoado não é a crença (no sentido da aceitação de um dogma definitivo), e sim o tornar-se consciente da realidade, a qual é metafísica para nós somente enquanto não a tivermos experimentado... Visto de fora (como um sistema), o budismo é metafísica; visto de dentro (como uma forma de realidade), é prática empírica. Na medida em que "a metafísica " se revela sobre o caminho da experiência interior, Ela não é rejeitada por Buda, passando a sê-lo somente quando pensada no nível da especulação. A metafísica é um conceito totalmente relativo, cujos limites dependem do respectivo plano da experiência, da forma e extensão respectivas da consciência.
Buda superou a metafísica, de um modo positivo através do treino e ampliação do consciente, removeu os limites deste, convertendo o metafísico em empírico. ( pág.66).
Do livro:
A PSICOLOGIA DE JUNG E O BUDISMO
TIBETANO.
Caminhos Ocidentais e Orientais para o
Coração.
Autora: RADMILA MOACANIN.
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Assista um pequeno vídeo do Templo.
https://youtu.be/2_EyM97UqYQ?
si=YJ5EFyLgC8SuISGH