3 pontos para explicar similaridades geracionais e diferenças intergeracionais de comportamento
1. Gerações tendem a expressar aspectos estruturais ou socioeconômicos de suas épocas
Então, se os jovens, atualmente, estão em maior risco de ficarem desempregados do que nos tempos de juventude das gerações mais velhas, não é apenas porque tem mais preguiçosos entre os jovens atuais, mas também ou especialmente por causa de uma maior estagnação econômica (entre outros fatores, tal como o aumento da automação), resultando em um déficit entre a oferta e a demanda de emprego...
Mesmo diferenças físicas, como de estatura e peso entre as gerações, também podem ser reflexos (nesse caso, cumulativos) de mudanças nas estruturas socioeconômicas, de quando tinha mais pobreza e desnutrição até quando passou a ter mais fartura.
2. Gerações expressam aspectos genéticos e fenotípicos correntes de suas populações
Diferenças nos padrões seletivos e reprodutivos podem gerar mudanças na paisagem genética entre as gerações e mais notadamente entre as gerações mais distantes. Por exemplo, décadas com baixas taxas de fecundidade, grande aumento da natalidade tardia e da reprodução assortativa* (com base em similaridades fenotípicas do casal) podem causar um acúmulo progressivo de mutações de uma geração para a outra.
* Parcial e possivelmente associada a uma maior incidência de casos de autismo, por exemplo, no vale do Silício, região do estado da Califórnia, nos EUA, com grande concentração de engenheiros, cientistas e técnicos da computação mais propensos a estarem "dentro do espectro"
E como citado acima como parte reflexiva do estado dominante das estruturas socioeconômicas de uma geração, diferenças físicas também expressam o estado corrente de características fenotípicas da mesma, tal como a estatura e o peso.
3. Gerações tendem a expressar aspectos culturais e psicológicos específicos às suas primeiras décadas de existência
A partir de suas tendências reativas mais comuns a esses aspectos, tal como por diferenças culturais de criação, por exemplo, das gerações mais antigas, em que o modelo era mais "tradicional" ou autoritário, e das gerações mais novas (atualmente, nesse início de século XXI), em que tem havido uma maior atenuação desse autoritarismo dos pais em relação aos seus filhos.
Além disso, o que é universal à toda geração é uma ligação emotiva à cultura dominante de sua época, especialmente de seus "anos formativos', de infância e juventude, ainda que a força dessa ligação também dependa de outros fatores, tal como a compatibilidade de características intrínsecas, como a personalidade, com a cultura ou, subculturas de influência, no caso das tribos urbanas.