O pensamento político pedagógico de Bourdieu e Paulo Freire, a educação como ideologia de dominação econômica.
Bourdieu é um grande teórico, como sociólogo e filósofo analisa o papel da educação, no entendimento da dominação cultural ideológica em função de um projeto político, cujo objetivo a concentração da renda, na perspectiva do liberalismo econômico, hoje neoliberalismo.
Portanto, o papel da pedagogia é legitimar através do currículo a estrutura de poder em defesa da exclusão social, a educação não está essencialmente preocupada com a ciência, todavia, com a política.
A função pedagógica a reprodução das estruturas de dominação, o aluno é uma espécie de marionete das estruturas dominantes do poder, segue as determinações sociais do poder em defesa das ideologias econômicas.
Os alunos são movidos por ideologias ocultas que levam ao comportamento despolitizado, a serviço das demandas do capitalismo, portanto, pedagogicamente a razão é instrumentalizada na perspectiva da defesa da sociedade de classes.
Com efeito, os currículos pedagogicamente reproduzem as ideologias políticas determinadas pela estrutura econômica social vigente. Portanto, ação pedagógica escolar, fundamenta na exclusão social do trabalhador.
A retirada da ação epistêmica pedagógica do aluno como sujeito, é neste sentido que Paulo Freire reflete a educação como prática bancaria.
Deste modo, o sujeito não existe, conforme refletiu Paulo Freire em consonância com Bourdieu, a pedagogia é apenas o processo pela ação os alunos são reprodutores das estruturas de dominação, do mesmo modo, os professores.
Com efeito, os alunos estão submetidos aos desígnios da sociedade de dominação, em defesa do liberalismo econômico, hoje neoliberalismo, fazendo exatamente o que determinam as estruturas políticas.
Assim sendo, tal fenômeno, é próprio também dos meios de comunicação, dos sistemas religiosos, no Brasil sobretudo, das religiões pentecostais.
Razão pela qual os evangélicos detestam Paulo Freire, pois a fé é apenas um pretexto para fazerem politica em defesa hoje capitalismo financeiro, o cristianismo uma ideologia metafísica utilizada como meio ideológico para dominação dos pobres.
Na educação os alunos são iludidos, do mesmo modo, na religião os pentecostais, pelo falso discurso dos dominadores, o verdadeiro objetivo, evitar a transformação social em benefício dos excluídos.
A proposta de Bourdieu e Paulo Freire, o aluno precisa de ser sujeito, não objeto como depósito de ideologias perversas, o primeiro passo o entendimento, que a educação não é neutra, do mesmo modo, as religiões.
A compreensão que a neutralidade é apenas dissimulação política para poder induzir pedagogicamente as relações sociais do poder vigente.
Com efeito, é fundamental romper com as estruturas simbólicas das pedagogias de dominação, mostrando que na prática não existe educação que não seja política, da mesma forma as religiões.
O aluno só é sujeito da ação pedagógica quando for um agente de transformação, a educação como prática para mudança, aqui não se trata de reformar o sistema político.
O objetivo é a mudança, pois não é possível a inclusão social, no liberalismo econômico, muito menos no neoliberalismo, o modelo escolhido pedagogicamente, o mais social possível.
Portanto, desenvolvimento econômico com equalização social, neste sentido o pensamento de direita é absolutamente superado do ponto de vista cientifico, pois objetiva a produção da riqueza da burguesia e não da nação.
Desta forma, a direita é contrária as políticas de inclusão social, toda inclusão é antes de tudo fruto de um Estado defensor da distribuição da renda, não sendo possível no neoliberalismo.
A ideia central de ambos, toda ação pedagógica não revolucionária é uma violência simbólica, toda violência simbólica justifica a dominação da classe produtora.
O que é uma violência simbólica, a imposição ideológica arbitrária e dissimulada, que esconde as práticas das relações sociais como fundamento do poder político.
Com efeito, a ação pedagógica é uma violência simbólica pois impõe o poder ideológico arbitrário como cultura, objetivando a dominação econômica, do mesmo modo agem as religiões.
Deste modo, a ação pedagógica efetiva-se por meio da inculcação da cultura ideológica dominante, como se fosse algo natural para reproduzir por meio do Estado neoliberal a dominação econômica.
Assim sendo, a função da instituição escolar determinar na formação dos alunos, os valores da dominação econômica, papel também desenvolvido através das instituições religiosas.
A fé hoje é justificada pela transformação da desgraça em virtude.
A função dos alunos incorporarem tais valores reproduzi-los a sociedade como um todo no papel político da dominação dos trabalhadores.
Refletem Bourdieu e Freire, o cidadão adquire o habitus instrumentalizado, passa comportar como dominador, evitando as transformações sociais, reproduzindo sempre as relações sociais da dominação econômica.
Educar ou evangelizar é um ato essencialmente político libertador, quem não age deste modo, comporta, reacionariamente, em favor da produção de pobres e miseráveis.
Educar hoje é superar a ideologia do Estado neoliberal, na possível construção do Estado do bem estar social, a direita e a extrema direita tremem de medo da referida prática pedagógica, motivo pelo qual o pensamento pedagógico de Paulo Freire está em desconstrução.
Edjar Dias de Vasconcelos.
Edjar Dias de Vasconcelo