Videogames e o Benefício Cognitivo e Intelectual

Desde a mais tenra idade, eu jogo videogames. Comecei na geração 8 bits, com Master System e Nintendinho, depois 16 bits, com Mega Drive e Super Nintendo, e cheguei ao meu auge de jogatina com o PlayStation 1 nos 32 bits. E sigo jogando até os dias atuais. É claro que hoje jogo muito menos, chego a jogar nem 30 minutos por dia, mas para mim ainda é uma grande fonte de entretenimento.

Na época que eu era adolescente, diziam que eu cabulava aula pra jogar videogame, o que é mentira, mas me rendeu o apelido de gamebond. E os videogames foram uma grande fonte do meu desenvolvimento intelectivo e de imaginação. Sempre gostei de RPG, jogos onde há muito diálogo e é focada mais nas histórias, e jogos nos quais há puzzles para fazer, nos quais você tem que quebrar a cabeça para desvendar. Esses gêneros sempre foram os meus prediletos. E RPGs táticos, iguais a Final Fantasy Tactics, nos quais você tinha que traçar verdadeiras estratégias de guerra para ser bem-sucedido e jogar com inteligência para patrulhar o jogo. Esses são o tipo de jogos nos quais eu tenho o melhor desempenho. Eu não sou um jogador hardcore, e nem jogo tão bem assim, pra ser bem sincero o meu desempenho é melhor em jogos de RPG, survival horror com puzzles, e jogos de esporte, principalmente futebol. Nesses, eu sou verdadeiramente bom. Mas jogo com inteligência, fazendo verdadeiras estratégias em campo para fazer inveja a qualquer Abel Ferreira, e de quebra realizo meu sonho velado de ser treinador de futebol. Graças aos jogos, aprendi e me interessei por inglês também. E quem menospreza os videogames como produto de entretenimento, eu posso afirmar, como alguém que tem certo conhecimento de literatura, teatro e cinema, que entre as melhores histórias da humanidade os videogames estão dentro. E alguns jogos como Life is Strange, há muita menção de filmes cults e até de intelectuais, como Roland Barthes. É claro que nem todo mundo que joga conhece as referências, mas quanto melhor for seu repertório, melhor você percebe essas alusões. Acho preconceituoso também quem diz que videogame não é coisa de mulheres. Há diversos jogos que são bons para garotas que nem é preciso saber jogar videogame pra gostar, cujo jogo é baseado em tomada de decisão e narrativa, como o já citado Life is Strange, Detroit Become a Human e Heavy Rain. Esses jogos que citei têm três das melhores histórias que já vi considerando todos os produtos de entretenimento. E há o The Last of Us, que ganhou recentemente uma adaptação de série que é muito competente.

Muitas garotas jogam videogame hoje em dia. Embora esse não seja nem de longe um critério pra eu me interessar por uma pessoa. Mas o console Switch da Nintendo, com jogos fofinhos e family-friendly, como Zelda, Mario, Kirby, é ótimo para crianças e mulheres. E também há Pokémon, que eu joguei por horas a fio, no meu Game Boy Advance SP. Um jogo bem carismático para mulheres é o Kingdom Hearts, que é uma combinação de universo da Disney com o RPG Final Fantasy. Muitas garotas se interessam.

Bem que os jogos da geração mais nova são de competição multiplayer, onde é possível jogar em comunidade. Nunca gostei de jogar online, só com amigos próximos no máximo. Jogos como Fortnite, Valorant, Free Fire são a febre da garotada. Eu sinceramente não vejo a menor graça. E o Roblox, um verdadeiro universo virtual que possibilita qualquer usuário criar seus jogos, também é popular entre a criançada. Até os canais de televisão têm um espaço lá dentro, como a SportTV. São a nova era, na qual tudo é online. As relações interpessoais foram substituídas pelo remoto. Eu pessoalmente prefiro a minha época, mas será saudosismo?

Em resumo, os videogames aguçam a imaginação, aumentam a criatividade, coordenação motora, melhoram a tomada de decisão e aprimoram os processos cognitivos no geral. E jogar é ótimo para o desenvolvimento profissional e até pessoal da criança, ao contrário do que afirmam os programas sensacionalistas da Record, que dizem que faz a criança mais violenta. Na verdade, eles elevam o discernimento de certo e errado dos jovens e é uma ótima porta de entrada para produtos mais sofisticados. Eu, na minha experiência, nunca encontrei um jogador assíduo de videogame que fosse burro, no máximo, ele é inapto socialmente. Mas aí é necessário buscar o equilíbrio. Não é culpa dos telejogos.