O Costume de se enfeitar árvores

A árvore é um dos símbolos mais conhecidos do Natal. A árvore de natal está presente em quase todos os lares cristãos. Para a maioria dos estudiosos, a sua origem foi na Alemanha protestante de Martinho Lutero, daí a árvore de natal se difundiu como um símbolo natalino por causa da família real britânica.

O costume de se enfeitar a árvore

O hábito de se decorar árvores é uma tradição bem mais antiga que o próprio Natal e antecede o cristianismo. Os romanos, por exemplo, também adornavam as árvores em honra de Saturno, que era o deus da agricultura para esse povo.

No Antigo Egito, durante o solstício de inverno, era um costume as pessoas trazerem ramos verdes para dentro das suas casas, como forma de celebração da vida sobre a morte.

Entre o povo Celta, os druidas, já enfeitavam os carvalhos com maçãs e outras frutas para venerar os espíritos das árvores.

No Hemisfério Norte, por exemplo, para se comemorar a chegada da primavera os pagãos enfeitavam árvores com flores, em homenagem a deusa Ostara (deusa anglo-saxã teutônica da mitologia nórdica e germânica), celebrando a fertilidade da natureza.

Os primeiros indícios de adoção da árvore de natal pelo cristianismo surgem no norte da Europa, no começo do século XVI, na mesma região em que habitavam os povos celtas. Para o antigo calendário cristão, o dia 24 de dezembro era dedicado a Adão e Eva. Era costume nas igrejas se encenar a história do paraíso e como cenário usava-se uma árvore carregada de frutos.

Assim, os cristãos começaram a replicar essa tradição em suas casas, adotando-se a prática cultural de montarem essa alegoria em suas casas com árvores que, com o passar dos tempos, foram ficando cada vez mais decoradas.

Somente a partir dos séculos XVII e XVIII este hábito se popularizou em grande escala entre os povos germânicos.

As Primeiras Árvores de Natal

O primeiro uso documentado de uma árvore nas celebrações de Natal e Ano Novo que se tem notícia foi na praça da cidade de Riga, capital da Letônia, no ano de 1510. Como marco celebrativo, há na praça uma placa dizendo que aquela foi a primeira árvore de Ano Novo, sendo que a frase está traduzida em oito idiomas.

Outro registro é de uma pintura da Alemanha em 1521, que mostra uma árvore sendo levada pelas ruas com um homem montado num cavalo atrás dela. O homem está vestido como um bispo, possivelmente representando São Nicolau (santo que é relacionado com a inspiração para o Papai Noel).

Há também um registro de uma pequena árvore em Bremen, na Alemanha, em 1570. Ela era descrita como uma árvore decorada com frutas como maçãs, nozes e tâmaras, com doces conhecidos por pretzels e flores de papel. A árvore era exposta numa casa aliança, que era um ponto de encontro de uma sociedade de homens de negócio na cidade de Bremen.

As Árvores de Natal da Família Real

Foi só durante o século XIX que a árvore de Natal se começou a difundir pelo resto do mundo, muito graças à contribuição da monarquia britânica. O príncipe Alberto, o marido de origem alemã da rainha Vitória, montou uma árvore de natal no palácio real britânico. Foi então tirada uma fotografia da família real junto à árvore, fotografia essa que foi publicada na revista “Illustrated London News”, no Natal de 1846.

A Árvore de Natal no Brasil

Foram os europeus que trouxeram a tradição de se montar a árvore de natal para o Brasil, especialmente os imigrantes alemães. As práticas culturais herdadas dos imigrantes alemães nos revelam um variado leque de tradições, entre as quais, destacam-se: as receitas natalinas, a coroa de advento e a árvore de natal.

Para se ter uma ideia, de como se festejava o natal, eis o relato de uma alemã que descreve em carta sobre o seu Natal na Colônia Blumenau, em 1867: _ “Nos anos anteriores nossa árvore de natal era um arbusto ou pequena árvore com galhinhos simétricos e que enfeitamos com pequenas fitas de cores, cortadas de restos de fazenda, com as quais prendíamos aos ramos as flores das múltiplas orquídeas que aqui abundam, e pendurávamos, em falta das costumeiras gulodices (doces, maças e peras) as frutas que nascem aqui, como bananas, cachos de uvas maduras e várias frutas silvestres. ” (BAUER, 2016).

Além da árvore de natal, do presépio e da coroa de advento, outras tradições natalinas podem ser encontradas entre as famílias de origem alemã que vivem no Brasil, há o Pelznickel, uma criatura que habita as matas e presenteia as crianças que se comportaram ao longo do ano. Àquelas que não foram tão disciplinadas, o Pelznickel dá um susto como forma de repreensão.

Outra tradição alemã antiga é o Christkind, o Cristo Menino.

Na Alemanha o Christkind ainda é bem difundida (existem até concursos para se escolher anualmente a criança que representará o Cristo Menino), porém no Brasil essa prática cultural está apenas nas memórias das pessoas mais antigas.

É muito importante se registrar as memórias e manter as tradições, antes que se deem por totalmente perdidas.

Nesta época natalina, além de decorar nossas casas, devemos socializar com todos a história e o sentido desses símbolos como forma de assegurar que as futuras gerações tenham acesso às informações, e mantenham ainda vivas essas práticas culturais.

Curiosidades

A culpa é do inverno

Uma lenda antiga a.C, conta que as árvores e plantas que permaneciam verdes e saudáveis mesmo durante os invernos mais rigorosos tinham um significado especial. Por isso, as pessoas costumavam pendurar ramos verdes em suas portas e janelas para afastar maus espíritos e doenças – algo parecido com o que ainda fazemos com as guirlandas.

Versão dos romanos

Andando um pouquinho na história, os antigos romanos também usavam ramos e galhos para a decoração do festival dedicado a Saturno, que acreditavam ser o deus da agricultura e atrair fartura nas plantações.

O pai da iluminação natalina

Alguns defendem que foi o alemão Martinho Lutero, monge protestante do século XVI, foi quem deu início à decoração de pinheiros com luzes dentro de casa, como estamos acostumados atualmente. Dizem que, em uma noite de inverno, enquanto ele caminhava, viu estrelas brilhando entre as árvores e relacionou com a presença de Jesus. Em casa, resolveu reproduzir a cena e usou velas em um pinheiro. Além disso, o primeiro registro de árvore de Natal na América foi na Pensilvânia, que é uma colônia alemã.

As luzes

Os pisca-piscas coloridos só deram o ar da graça em 1917. Segundo o portal, Albert Sadacca, um jovem de Nova York, resolveu criar as luzes elétricas e coloridas após episódio de explosão de uma árvore com luzes de velas. Este foi o início da empresa NOMA Electric Company, a maior empresa fabricante de luzes de Natal há anos.

Árvores gigantes

Por fim, em 1931, uma enorme árvore iluminada foi colocada no Rockefeller Center, em Nova York, e deu início à tradição na cidade, que logo se espalhou para o mundo inteiro.

Umbelarte e Jonei Bauer
Enviado por Umbelarte em 11/12/2023
Código do texto: T7952026
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