A fonte do saber

Entre os muitos chafarizes, antigos e até já extintos de Pitangui, que mataram tanta sede e inspiraram poetas e escritores, do alto do São Francisco às bicas da Gameleira, passando, naturalmente pelo que homenageia a Constitviçam, com suas caras simpáticas e bicos secos, da Praça da Matriz, um há que sobrevive e se reinventa para a surpresa dos passantes: o da rua do córrego da Lavagem, sendeiro primitivo por onde muito bandeirante faiscou e vai ver que até a desonra lavou...

A bica da mina da Lavagem tem longa história, figura em poemas laudatórios, ganhou foros de monumento, e hoje até abriga - bem gradeada e encadeada - imagem devocional. Assim como, também, já passou por tempos bicudos, de prolongado estio, sem que ali corresse o divino líquido vivificante...

Mas foi reinventada... para o gáudio de muito caminheiro que por ali passa e mergulha em sua nova graça: ganhou uma biblioteca que ao ar-livre, ou mesmo ar-livro, nos traz doce alento nesse tempo tão cinzento... vá saber... vai valer...

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 20/07/2023
Reeditado em 20/07/2023
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