Marcos Bagno o que é o preconceito linguístico, matéria para concurso público em SP, 2023.
Marcos Bagno, professor da Universidade de Brasília doutor em Filologia.
Um exuberante professor.
Defende como tese a linguagem fundamenta-se na ideologização da cognição, com propósitos políticos, objetivando a dominação econômica.
Formula-se o argumento, a gramática faz recorrência a mitologia do preconceito linguístico, como se a fala não fosse resultada de convencionalidades políticas, como produto da dominação das classes sociais.
Deste modo, o autor enumera as causas e os argumentos da existência do preconceito, sintetizado em mitos.
Sendo o primeiro mito, o uso da linguagem na defição do certo ou errado, na gramática, ideologicamente, pois na linguagem não existe o certo ou errado, apenas o acordado do ponto de vista ideologico.
A segunda questão, a definição tradicionalista de erro, no nível da idealização, o que deve ser em consonância com a linguística convencionada.
Terceiro aspecto ignorar as proposições quando são perfeitamente inteligíveis, decodificáveis, interpretáveis e, com efeito, aceitáveis.
Quarto aspecto mitológico, a definição das proposições como erros ortográficos, por não estarem sintonizadas com as normas gramaticais, respeitando a gramática oficial, em sintonia com o acordo linguístico como ideologia cultural.
O preconceito linguístico existe em função da linguagem supostamente inadequada, fazer parte da realidade dos trabalhadores inferiorizados no mundo político econômico.
Deste modo, a imagem negativa da linguagem, o nascimento do preconceito como representação do pobre, como se a pobreza fosse o resultado da própria linguagem e não das relações sociais.
Portanto, falar a linguagem do pobre, significa passar a imagem do fracassado economicamente, motivo pelo qual a linguagem correta é a fala da classe dominante, o surgimento do preconceito linguísitco.
O autor analisa o círculo vicioso do preconceito linguístico, explicando e refutando como ideologia política do mundo linguístico, o capitalismo neoliberal como forma de dominação econômica.
O importante é o indivíduo desenvolver o seu modo linguístico, sem os preconceitos gramaticais, pois o proletário tem em sua cognição outra gramática constituida.
Com efeito, é fundamental saber pensar certo, pois a gramática não tem fundamento científico, são diversas gramáticas, sendo a gramática oficial, tão somente ideologização cognitiva dos donos do poder econômico.
O círculo vicioso se forma a partir de três elementos que Bagno classifica como a Santíssima Trindade do preconceito linguístico, tais quais: o ensino tradicional, a gramática tradicional e os livros didáticos.
O ciclo vicioso deste modo, se define em defesa da gramática normativa que fundamenta a prática de ensino pedagógico.
Assim sendo, possibilita o nascimento da indústria do livro didático, quando os professores recorrem à gramática normativa como fonte de preconceito da linguagem, difundindo através mesma, as práticas de dominação.
O ciclo vicioso ainda apresenta um quarto fundamento favorecendo o comando geral gramatical.
A propagação e ensinamento da língua, perpetuando o preconceito linguístico, na valorização das velhas acepções em defesa do português.
Marcos Bagno, propõe a desconstrução do preconceito linguístico, rompendo com o preconceito cognitivo, destruindo as mitologias linguísticas idealizadas na linguagem ideológica supostamente culta, desconstruindo o princípio excludente que determina o preconceito da linguagem.
Justificando que o preconceito linguístico fundamenta-se em questões de ordem política, econômica e sociocultural, jamais pela própria gramática.
Explicitando toda língua é mutável adapta-se ao longo do tempo, de acordo com a construção de novas expressões, possibilitando as variações linguísiticas.
A questão do erro linguístico, o importante é saber pensar hermeneuticamente correto.
Para o autor é necessário encontrar o equilíbrio entre a adequação e aceitabilidade linguística.
Em relação a ortografia: A valorização do conteúdo linguísitco em detrimento do erro.
Importante ressaltar o professor só reconhecerá o prenconceito linguístico, quando entender que a gramática é uma construção cultural ideológica, que não existe nenhum fundamento exegêtico para determinar que uma linguagem seja correta a outra errada.
Motivo pelo qual é inteiramente possível a superação da gramática tradicional.
Escrito por: Edjar Dias de Vasconcelos Bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção - Arquidiocese de São Paulo com graduação máxima, nota dez no Exame De Universa Theologia. Estudou latim, grego, aramaico, alemão, francês e espanhol, com formação em Filologia e especialização em Direito Canônico, autor da tese em Astrofísica, O que é o Princípio da Incausalidade.
Licenciado em Filosofia, Sociologia e História, formado também em Psicologia, pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC-MG. Experiência na orientação de estudos em temas diversos. Professor convidado do Instituto Parthenon - Instituto Brasileiro de Filosofia e Educação-www.institutoparthenon.com.br
Professor: Edjar Dias de Vasconcelos.