As Sociedades Secretas

Antes de entrar na história das tais sociedades secretas é bom dizer logo que sociedade secreta é somente aquela em que só os seus membros e iniciados sabem da sua existência.

Assim, das sociedades hoje conhecidas nenhuma é secreta, o que existe são sociedades que ensinam conhecimentos herméticos aos iniciados através de cerimônias e rituais secretos.

Visto que as sociedades secretas não são de conhecimento público, para uma melhor definição vamos denominar as Sociedades, que são conhecidas como secretas, de sociedades herméticas.

De qualquer forma, as histórias das sociedades herméticas estão envoltas em brumas de mistérios tão secretos que nenhuma delas sabe com certeza quando, onde e por quem foram fundadas.

No entanto de acordo com resquícios da história Antiga presume-se que todas essas sociedades vieram de um tronco único chamado de a Grande Fraternidade Branca do Templo de Karnak do Egito, e que por dissidências, por desmembramentos ou mesmo por cópias de umas das outras foram surgindo as demais.

Desde a Antiguidade, magos, profetas, sábios, pensadores, bruxos, místicos, ilusionistas, milagreiros, astrólogos, mágicos, videntes e feiticeiros, de todas as nacionalidades, vagueam pelo mundo praticando, aprendendo e divulgando as suas artes e conhecimentos.

Vez por outra, esses taumaturgos eram chamados aos palácios para serem consultados pelos soberanos, para mostrarem suas habilidades e poderes ou simplesmente para divertir as cortes com as suas apresentações de malabarismos e ilusionismos.

Assombrado com o grau de conhecimentos esotéricos e científicos que alguns desses magos eram possuidores e temendo que o acesso livre do povo a esses segredos pudesse ameaçar a dinastia e o próprio trono, em 1350 a.C, o faraó Tutnés-III resolveu reunir no Templo de Karnak, cerca de trinta e três dos mais importantes sábios da época.

Esse grupo tinha por objetivo juntar todos os conhecimentos e facilitar aos iniciados o acesso ao estudo, a prática e a troca de experiências sobre magia, astrologia, matemática, rituais esotéricos, engenharia, astronomia, navegação, medicina, alquimia, ciências ocultas e espiritualidade de forma que além de repassar aos demais o que sabia cada iniciado também assimilava os conhecimentos dos outros confrades.

Para sua iniciação o neófito era obrigado a fazer o voto de silêncio sobre o que iria aprender e quando um iniciado deixava a fraternidade era imediatamente admitido outro em seu lugar de forma que o número de trinta e três membros fosse sempre mantido, fato esse que teria dado origem aos trinta e três graus de iniciação que é usado por algumas irmandades para simbolizar o pleno conhecimento.

Assim, lá estavam os maiores místicos, sábios, magos e esotéricos das diversas partes do mundo e de várias origens, desde caldeus, persas, fenícios, hebreus, egípcios, gregos, babilônicos, assírios, cananeus, cretenses, indianos, celtas e até xamãs das Américas.

Como todos os membros usavam exclusivamente vestimentas brancas, a confraria recebeu a denominação de A Grande Fraternidade Branca do Templo de Karnak.

De acordo com as histórias e lendas de muitas sociedades herméticas, seus fundadores fizeram parte ou foram iniciados nos mistérios da Fraternidade de Karnak, por onde também teriam passado Hermes Trimegisto, Moisés, Flamel, Zoroastro, Lao-tse, Platão, Ormus, Pitágoras, Merlim, Aristóteles e os magos Baltazar, Belchior e Gaspar que teriam visitado o menino Jesus.

Com base nessas informações podemos dizer que a primeira sociedade hermética que se tem noticia foi a Fraternidade Branca do Templo de Karnak

Karnak teria sido também a primeira universidade do mundo, visto que lá se aprendia e se ensinavam todas as ciências.

Por volta do ano 46 o sábio gnóstico egípcio Ormus de Alexandria, com base nos conhecimentos que adquiriu dentro da Fraternidade de Karnak, funda no Egito a primeira escola esotérica hermética cristã que se tem notícia e lança os fundamentos de uma sociedade mística que alguns identificam como a Ordem Rosa Cruz da qual teriam surgidos os Templários e a Maçonaria.

Com o correr dos anos essas sociedades, também, passariam por várias transformações, dissidências, ramificações e desmembramentos que viriam a dar origem a inúmeras outras sociedades ou ordens, muitas vezes com a mesma denominação, como é o caso dos Rosas Cruzes que tem mais de trinta sociedades que usam o mesmo nome e a própria Maçonaria que possui mais de quinze ordens distintas, mas cada uma com ritos e cerimonias diferentes e com finalidades e objetivos próprios.

Mesmo com pequenas variações de ordem para ordem, enquanto eram secretas, essas sociedades solaparam as instituições opressoras, abrigaram ou esconderam os perseguidos e deram proteção e ajuda as organizações clandestinas que tinham como meta a liberdade, a igualdade e a fraternidade.

Assim, as sociedades secretas tiveram seu tempo áureo no passado quando solapavam as instituições opressoras, abrigavam ou escondiam debaixo da sua proteção os seus membros e os perseguidos.

Visto que nada mais é segredo e que não existem homens com poderes sobrenaturais as sociedades herméticas, só abrigam pessoas que ainda acreditam que símbolos ou rituais possam lhe trazer algum benefício.

Hoje, as denominadas sociedades herméticas se tornaram apenas sociedades discretas mais dedicadas a trabalhos sociais, filantrópicos e beneficentes.

De qualquer forma, essas sociedades cuidam de manter a aura de mistério que sempre as caracterizou.

E como o povo precisa e gosta de uma boa ficção, qualquer simbologia, trama ou mistério criado em volta de uma sociedade hermética ou discreta é motivo para se escrever livros e espalhar uma paranoia, de que elas, podem tudo, que manipulam as empresas e as economias e que sempre estão por trás de tudo o que acontece no mundo.

Jhon Macker
Enviado por Jhon Macker em 15/06/2023
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