Réplica a colega Lélia Angélica
Minha caríssima Lélia Angélica. Obrigado pelas suas informações complementares, na visão freudiana, sobre a nossa saudável discussão que ao final se resume entre mentir ou dizer a verdade para as crianças.
Amiga Lélia, a sua preocupação, que é também minha, é resguardar a inocência da criança diante de uma perda. Você citou como exemplo a morte de um animalzinho de estimação.
Como não existe, de pronto, uma resposta para uma eventual pergunta da criança para onde ele foi, eu diria para a criança que ele foi para o céu, o que não deixa de ser uma mentira.
Segundo meu entendimento, fantasia é o inocente mundo da criança e, muitas vezes também dos adultos, onde existem anjos, fadas, bruxas, dragões, castelos encantados, reis, rainhas, príncipes, princesas, varinha de condão, céu, inferno, etc.
Esse mundo, mágico, deve ser preservado na memória da criança até que ela tenha condições de assimilar a realidade. Como diz o Evangelho, tudo ao seu tempo.
Além disso, a realidade dos adultos também convive com mentiras com filmes, livros, histórias, dogmas religiosos, novelas e até noticiários que nos transportam para um mundo de fantasia que sabemos não ser real, mas que aceitamos passivamente com satisfação, com emoção e até com lágrimas.
Quanto a mesclar a mentira com a verdade, temos que ser honestos e admitir, que embora devida, a verdade nem sempre pode ser dita, isto é, ela está sujeita a hora e ocasião.
Diria até que a mentira é que sustenta a civilização, visto que se sairmos por aí dizendo o que sabemos ou pensamos das pessoas o mundo se transformaria numa praça de guerra. Abraços.