Comentario ao artigo Fantasias da colega Lélia Angélica
Olá, prezada Lélia Angélica. Li com prazer e atenção o seu artigo Fantasias elaborado a partir da musica do Roberto Carlos sobre a qual você faz e cuidadosa e criteriosa análise ressaltando a precaução e os cuidados que se deve ter com as mentes em formação, mas procurando ser o mais realista possível ao lidar com os eventuais revezes que a vida nos prega.
Logo nas primeiras linhas já se observa que você segue as proposições do Freud, ou seja, o adulto é o que foi quando criança. Como sou mais Jung, penso que os eventuais traumas sofridos enquanto criança, com o correr do tempo, vão se apagando de forma, que um adulto pouco traz, da infância, que lhe prejudique.
Mesmo você sendo favorável que a realidade deve ser passada nua e crua para a criança, no geral concordo com suas proposições, até porque você faz duas ressalvas importantes “ mas é necessário falar sobre as dores sempre que os pais perceberem que a criança quer falar sobre isso, e logo adiante observa, “ não é poupar a criança, mas transmitir essa mensagem de uma forma simples, porém objetiva.
Se não concordo com todas suas colocações é porque penso que, tanto para a criança quanto para o adulto, quando necessária ou para evitar um mal maior, a mentira deve ser mesclada com a verdade, ou seja, a fantasia faz parte da realidade das nossas vidas.
Da mesma forma, quando uma mãe diz para a criança que a dor já vai passar, está apenas mentindo positivamente, visto que a mente da criança aceita esse condicionamento e a dor é amenizada ou não é mais sentida.
Uma criança até os 10 anos, sonha, brinca e conversa diariamente com amigos imaginários, tire-lhes essa ilusão e estaremos destruindo uma mente e uma vida em formação.
Diante disso, penso que uma criança deve ser poupada, sempre que possível, de passar por traumas e situações constrangedoras como acidentes, velórios, enterros, etc. deixando para o futuro, quando o adolescente tiver mais maturidade e estrutura psíquica, possa tomar conhecimento da realidade.
Depois dos 12 anos, a criança, então adolescente, já está em condições ou já sabe sobre traumas até mais que um adulto. O que quero dizer é que com o tempo a realidade aparece independente da nossa vontade ou ação.
Também sou graduado em administração e como pesquisador escrevi dois livros e vários artigos, sobre filosofia, teologia, psicologia, religiões, economia, política, etc.