O pensamento de Maquiavel.
Maquiavel reflete academicamente, não adianta imaginar repúblicas ou principados inexistentes, ou seja, mundos políticos imaginários, que na realidade prática não existem.
Como exemplo: A descrição da Républica de Platão, o mundo precisa ser compreendido em sua realidade as vantagens ou desvantagens de ser como são.
Em sua reflexão para o príncipe deixa claro, quem deixar de fazer o que é de costume, para realizar o que deveria efetivar, caminha se muito mais para o fracasso, do que para qualquer possibilidade de sucesso.
Conclui quem desejar comportar em todos os aspectos como um homem bom no meio de tantos ruins vai fracassar-se tanto quanto os que não são bons.
As pessoas não são aquilo que elas apresentam a ser, do mesmo modo, a sociedade política.
Elas modificam segundo as suas necessidades do poder, o ser humano por sua natureza não merece confiabilidade.
Para Maquiavel o importante é o mundo prático das coisas, entender o mundo do modo que ele é, de como pode ser, o que é fundamental fazer, não o que seria certo fazer.
A política tem que ser pragmática, do mesmo modo, as relações sociais no mundo prático, continua Maquiavel, quem desejar ser bom entre aqueles cuja natureza não é boa, poderá não ser bem sucedido.
Com efeito, Maquiavel retoma aqui, o princípio máximo de Aristóteles, no mundo da política não se faz o que deseja, mas o que é possível, a arte de fazer o que poderá ser feito.
Tudo tem que ser considerado, verificar como são as diversidades dos aspectos, como as coisas acontecem na realidade prática dos fatos, não como deveriam acontecer.
Maquiavel é um sábio, existe aqui uma diferença fundamental para ele, entre a política e a moral, sendo que a política precisa ver o concreto, a possibilidade da realização do real, a moral preocupa como as coisas deveriam ser.
Maquiavel afirma categoricamente, se é melhor ser amado que ser temido, para ele o ideal seria serem as duas coisas, o que é na prática impossível, se é que temos que renunciar um desses aspectos refere ao príncipe , é muito melhor, sermos temidos.
Porque os homens em geral, por não serem bons, são ingratos e vingativos, volúveis, simuladores e dissimuladores, eles aproveitam do próprio perigo com a possibilidade de levarem vantagem e, com efeito, não estão pensando na possibilidade de serem éticos.
Conclui Maquiavel orientando o príncipe, enquanto você fizer o bem para eles são todos seus amigos, te bajulam te defendem, oferecem a própria vida, suas posses etc.
Mas quando você realmente precisar ficará sozinho abandonado ao campo de batalha. O homem faz tudo para você enquanto você não precisar dele, mas quando precisar realmente ele te dá às costas e você ficará preso a vossa imbecilidade.
Esse comportamento é perfeitamente natural às relações humanas não se deve entusiasmar com aquilo que as pessoas apresentam a ser. O mundo das relações políticas é um mundo inteiramente falso, cuidado com aquilo que se propõe como certo.
Então continua Maquiavel ensinando ao príncipe, dando ao mesmo, recomendações, se o príncipe esperar receber gratidão, por ter sido bondoso com seus súditos, pelo contrário, porque o povo tem outra lógica, será evidentemente, o príncipe derrotado.
Na verdade ensina Maquiavel o pensamento político, os homens tem menos escrúpulos, de ofender quem se faz amar do que quem se faz temer.
O grande problema para sociedade, o homem ama muito mais aqueles que se fazem temer, isso porque o homem não tem capacidade para amar. O objetivo de todos é tão somente buscarem vantagens, as alianças realizam se nessa perspectiva, nada que contraria esse fundamento.
Então Maquiavel ensina aos príncipes a impossibilidade do amor, porque os homens sendo malvados, rompem a possibilidade de amar. O temor é mantido por medo.
A pior coisa a um príncipe disse Maquiavel, é acreditar na possibilidade do amor, mas o medo à possibilidade do castigo faz o homem comportar adequadamente, até ao momento seguro para rebelar.
Por conseguinte, deve estabelecer o terror, o poder do Estado, com efeito, o poder político é mantido, em consequência da sua analise, o Estado moderno substancia-se no fundamneto do terror.
Ele elabora uma nova moral, no tratamento especifico da política, estuda suas leis, começa fundamentar a ciência política.
Funda uma nova moral que é a do cidadão, dos homens que formulam o Estado. Uma moral presente, imanente, como também do homem que vive em relacionamento constante com o próprio homem.
Não é mais a moral medieval da alma humana, que deveria apresentar ao tribunal divino, por fim Maquiavel defende também a unificação da Itália, o mundo do seu tempo, não se sustentava na política das cidades Estado.
O que significa que crescia o espírito particular numa perspectiva do surgimento dos Estados Nacionais o que não era mais possível a sustentabilidade dos principados, era portanto, necessário outra reflexão, profunda da necessidade ou não da existência das cidades Estado nesse novo contexto.
Edjar Dias de Vasconcelos.