Concepção de Platão a respeito da alma.
A ideia da alma preexistente ao corpo não vem do cristianismo, todavia da velha Mesopotâmia, entretanto, a alma foi elaborada epistemologicamente, com o nascimento da filosofia grega.
A primeira sistematização epistêmica, a respeito da alma, foi desenvolvida por Sócrates, todo corpo tem uma alma, sendo a mesma imortal, o referido filósofo foi determinante na formação de Platão.
Platão, o ser humano é entendido essencialmente como alma, imortal e preexistente ao corpo, quando o homem morre o corpo é corruptível a alma não, deste modo o corpo mimetiza na natureza, transformando-se em pó químico.
Para Platão tão somente a alma salva, todavia, reencarna tantas vezes for necessário, até chegar a perfeição, a união da alma com o corpo é acidental, sendo o corpo um instrumento da alma para atingir o ápice da evolução.
Deste modo, o corpo é fonte do pecado, motivo pelo qual a alma tem que estar sempre em reparação, as razões das consecutivas reencarnações.
Assim sendo, o corpo como materialidade é intruso a alma, uma espécie de prisão, a morte é a libertação da alma, todavia, o corpo precisa livrar-se do estado constante de pecado.
Foi desta teoria que Kardec elaborou a teoria da reencarnação, como caminho para superação do pecado até chegar a um estágio de luz, quando a alma não precisará mais do corpo.
Santo Agostinho, das ideias de Platão a respeito da alma, criou a teoria da ressurreição, o corpo como fonte de pecado, entretanto, contamina a alma, podendo não ser ressuscitada, como descaminho ao inferno.
Para tal foi criado as figuras de Deus e do Diabo, como consequência da filosofia platônica, o homem para ter direito ao paraiso precisa seguir as leis de Deus, portanto, a alma ressuscita o corpo transforma-se em pó químico.
Deste modo, a alma quando condenada vai para o inferno, entretanto, dependendo do grau de condenação da alma, terá direito ao purgatório, após a reparação será encaminhada ao céu, desta forma, explica a mitologia teológica.
Hoje na idade pós contemporânea, com o desenvolvimento das ciências, sobretudo, a neurolinguística, a neurociência não nega a existência da alma, todo corpo sapiens tem uma alma, entretanto, a referida não é separada do corpo, morre o corpo, morre alma, pois a referida é considerada apenas como cognição.
Portanto, existe uma confusão polimatheica de senso comum, a respeito da alma platônica em referência a alma epistêmica, como produto da neurociência, uma espécie de conflito, entre a mitologia hermenêutica de Platão, com a neurociência pós contemporãnea, motivo pelo qual os pentecostais não gostam da ciência.
Com efeito, não existem reencarnação, ressurreição, do ponto de vista genético, cognitivo, o homem é apenas replicação na evolução, deste modo, a continuidade sapiens.
Escrito por: Edjar Dias de Vasconcelos Bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção - Arquidiocese de São Paulo com graduação máxima, nota dez no Exame De Universa Theologia. Estudou latim, grego, aramaico, alemão, francês e espanhol, com formação em Filologia e especialização em Direito Canônico, autor da tese em Astrofísica, O que é o Princípio da Incausalidade.
Licenciado em Filosofia e História, formado também em Psicologia, pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC-MG. Experiência na orientação de estudos em temas diversos. Professor convidado do Instituto Parthenon - Instituto Brasileiro de Filosofia e Educação-www.institutoparthenon.com.br
Edjar Dias de Vasconcelos.