A origem da alma.
A história da origem da alma.
Na época em que se desenvolveu a Filosofia, como atividade cultural, ano 550 antes de Cristo, foi também o período de transição de mudança do conceito cultural em que a ideia de espírito foi substituído pelo conceito de alma.
A alma algo que dava continuidade a vida, o não esgotamento da matéria em relação à morte. Isso em seguida com a Filosofia formulada por Pitágoras o mundo como uma entidade divina.
Dentro do corpo humano passou existir outra realidade, a qual era mais importante que o próprio corpo, constituindo em sua essência o que foi denominado de alma, conceito desenvolvido pela Filosofia de Platão.
A alma como herança cultural do povo Indo Europeu que passou para cultura grega por meio da formulação da construção do pensamento helênico. A alma como é entendida hoje, foi um conceito estritamente inventado.
O aramaico era o idioma oficial de diversas tribos das cidades Estado, daquele tempo, já iniciava o surgimento de alguns idiomas não apenas locais, que servia ao conceito da ideia nacional de novos povos. O aramaico foi um desses idiomas.
Podemos dizer a existência de dois grandes idiomas nacionais, o primeiro deles o aramaico, o segundo a constituição do idioma grego. O que é interessante, o grego foi formulado com sua base lexicológica, tendo como substrato o idioma aramaico, com a introdução das vogais.
O que aconteceu semelhantemente na elaboração do idioma hebraico, tendo como fundamento o alfabeto aramaico como evolução para o novo idioma, o que já tinha acontecido antes à colaboração do alfabeto grego, com a introdução das vogais pelo o mesmo.
Posteriormente, o alfabeto grego transforma se na base de formulação do latim, já com a definição das vogais, sendo que o novo idioma tornou-se a língua mãe pelo menos do ponto de vista do alfabeto, de todas as línguas ocidentais.
O pensamento helênico teve função política não apenas do ponto de vista ideológico, como por exemplo, o conceito da alma, criado como herança não apenas da ideologia metafísica transcendental.
Mas também pela etimologia que significava na época, antes da formação do pensamento da patrística, como principio fundamental da razão construída.
Alma como elemento da inteligência ou também como fundamento de qualquer coisa, a pedra tem uma alma, do mesmo modo, a árvore, o motivo profundo de algo ter existência própria.
Aristóteles em contestação a Platão entendia a alma, exatamente do modo em que estou explicitando, entretanto, a originalidade de sua Filosofia, perdeu efeito, com a tradução árabe.
Motivo pelo qual o Aristóteles que chegou até aos homens atuais foi profundamente deturpado por Averróis e Avicena, como se a alma estivesse dentro da realidade humana.
Quando o homem morre, a alma saia intacta em direção ao mundo da realidade divina. não se entende o mundo ocidental sem essa intervenção do oriente.
O pensamento árabe platonizou Aristóteles retirando do referido o conceito de matéria, o logos seria a alma e não o espírito, porem, o Aristóteles como fundamento da exegese tomista, possibilita uma junção diferente daquela formulada por Santo Agostinho.
No homem salva apenas a alma desvinculada da matéria, Agostinho, sendo que posteriormente, a alma e o homem são salvos no novo homem na ressurreição.
Antes da elaboração do cristianismo romano Filon de Alexandria na reelaboração do tora, introduz ao velho testamento, os conceitos gregos, o que se diz mais especificamente a helenização da exegese do texto, o conceito de alma passou a fazer aparte da realidade do mundo religioso de Israel.
Nesse momento coincidiu também com o surgimento do idioma hebraico da evolução do aramaico e com a colaboração com o idioma grego, na junção também das vogais latinas.
A cultura interfere na sua complexidade, idioma, linguagem e ideologia. a formatação da nova cultura, a conceituação da alma na exegese do seu tempo, como resultado mimético do helenismo.
Na verdade o conceito sempre teve formas diferentes de interpretação, a alma nunca foi unívoca na sua forma de entendimento.
O princípio de vida, para algumas realidades, em outras, o fundamento da razão, dependendo do conceito, realidade separada sem materialidade.
Na verdade o conceito de alma desenvolveu no mundo helênico, mas sua origem mais primitiva vem do mundo Indo Europeu, surgiu na Índia, atingiu a Mesopotâmia, as tribos nos vales férteis.
Posteriormente, encontra se com a cultura egípcia, evoluiu-se do confronto de todos esses povos, com o domínio do povo grego sobre essas tribos, se definiu do modo que se entende hoje no mundo ocidental.
O tudo o que se pode dizer, alma entendida como uma realidade fora da materialidade passa fazer parte da materialidade, como desenvolveu no mundo helênico, foi transportada ao cristianismo romano, tudo isso não passou de uma ideologia, a herança vem de longe como já expliquei.
A alma moderna, como sempre no passado confundida com a linguagem, produto da fala, pelo fato do homem conseguir articular a linguagem e os demais bichos não, passaram a entender que o homem fosse especial, o que não corresponde com a verdade.
A linguagem foi um erro da evolução, não estava previsto pelo desenvolvimento da mesma, o homem conseguiu articular a fala, esse fato se deu quando um grupo de chimpanzés que por diversos motivos não adentrou a floresta e teve que sobreviver na savana.
Tiveram que erguer a cabeça para verem a distância outros animais carnívoros, com o movimento constante sofreu uma nova adaptação modificando a estrutura da coluna, ficando bípede, quando aconteceu o aperfeiçoando das cordas vocais.
Esse foi realmente o único fato interessante em toda história da humanidade, porque se não tivesse acontecido à experiência de erguer a cabeça seriamos eternamente chimpanzés.
O que na prática somos, porque temos o mesmíssimo DNA. A alma é tão somente uma invenção da linguagem.
É inútil o homem inventar Deus, é perda de tempo dizer que existe um céu, para onde vão os bons, porque não existe sequer alma para ir para o céu, mesmo se o céu fosse real, mas se não existe a alma, dessa forma, o paraíso é uma fantasia.
Por outro lado, não há o diabo, nem o inferno, tudo que existe na terra em forma de matéria, é apenas matéria, cumpre uma função de deterioração, de mudança de estado.
Como a árvore, qualquer forma de animal. Tudo que existe na sua individualidade e está aqui nesse planeta, com a única finalidade, deixar de existir.
Absolutamente nada tem finalidade, existencialmente. O homem é a sua própria ilusão, isso porque fala, inventou a linguagem e criou os conceitos que servem seus raciocínios ideológicos.
Edjar Dias de Vasconcelos.