Mamonas Assassinas: a pergunta que não quer calar
Recentemente, completaram-se vinte e sete anos do trágico acidente que matou todos os integrantes da banda Mamonas Assassinas. Quem era vivo naquela época certamente acompanhou a dramática busca pelos corpos, a comoção provocada pela tragédia tão repentina e a tristeza de todo o Brasil. Os fãs da banda – que chegou ao auge em um tempo surpreendentemente rápido – ficaram chocados e comovidos ao receber a notícia de que uma carreira que estava apenas começando tinha sido interrompida de forma tão brusca. Muitos permaneceram com os olhos grudados nas televisões assistindo ao resgate dos corpos, entrevistas dadas pelos integrantes do grupo liderado por Alecsander Alves, o Dinho, shows e a chegada dos cadáveres ao IML. Depois, acompanhamos o cortejo fúnebre, ainda não querendo acreditar que os cinco integrantes do grupo - que ficou famoso pela irreverência - tinham nos deixado. Entretanto, tragédias acometem a todos nós e ninguém está imune às surpresas da vida. Podemos ser diagnosticados com uma grave doença, sofrer um acidente, perder todo o nosso patrimônio ou qualquer outra tragédia que pode acometer qualquer ser humano que esteja vivo.
No dia em que foi noticiado o terrível acidente, houve quem comentasse que a banda, devido à qualidade das músicas, não duraria muito tempo e logo se dissolveria se não houvesse sido a queda do avião. Teria sido assim mesmo? Com a morte dos Mamonas Assassinas, ocorrida no auge do sucesso, fica a pergunta que não quer calar: teriam os Mamonas Assassinas conseguido permanecer nas paradas de sucesso ou seriam apenas mais um grupo que faz sucesso por um tempo para depois cair no esquecimento? Esta é uma pergunta cabível porque, afinal de contas, não são poucos os que fazem sucesso estrondoso para depois ser esquecidos. Quantos não são os cantores ou bandas que ficaram famosos por emplacarem apenas uma música que sumiram como se houvessem evaporado? E podemos mencionar inúmeros casos - tanto no Brasil quanto no exterior – de músicos que estouraram nas paradas por um determinado período para em seguida ser esquecidos e terem depois passado a exercer profissões mais comuns.
Assim como os integrantes da banda Mamonas Assassinas, podemos fazer esta pergunta em relação a muitos outros artistas (cantores ou não) que nos deixaram repentinamente. Onde estariam Bruce Lee, Kurt Cobain e Daniella Perez se não tivessem morrido como morreram? Esta é uma pergunta que nos fazemos principalmente quando alguém morre no auge da carreira e com certeza tem muitos planos tanto para a vida pessoal quanto para a profissional. Não falaremos da famosa e talentosa cantora Amy Winehouse que nos deixou com apenas vinte e sete anos porque, ainda que sua morte nos tenha entristecido, ela não chegou a nos surpreender, visto que sua saúde foi se deteriorando aos poucos devido ao abuso de álcool e drogas. Claro que ela, assim como os Mamonas Assassinas e os outros artistas mencionados, ainda poderia nos brindar com o seu talento, que era imenso.
Podemos simplesmente concluir que a morte dos Mamonas Assassinas, além de ter causado um grande susto e comoção em todo o país, deixou no ar um monte de dúvidas. Eles teriam fôlego para conseguir levar a carreira adiante ou cairiam no esquecimento como vimos acontecer com tantos? Nunca saberemos. Talvez tivessem conseguido continuar tocando e conquistando fãs ou então o grupo se dissolveria e hoje eles seriam homens maduros, trabalhando em empregos anônimos e tendo suas próprias famílias. Em todo caso, isso teria sido melhor do que morrer em um acidente de avião. Para os fãs, ficou a saudade.