A vida é sempre a metamorfose para a inexistência.
Quando descobrimos que tudo passa, que nada é definitivo, que o corpo sapiens é o resultado de outros tempos genéticos.
Somos apenas replicações, quando sabemos que a alma é uma invenção ideológica, que a existência não tem sentido.
Ao sabermos que a destinação do ser é apenas a efetivação do pó químico na natureza, tudo é metamorfose para a incorporação do corpo no solo quente e desértico.
Então a vida é tão somente o passamento, quando passamos é como se nunca tívessemos existidos.
Pergunto da inutilidade de tudo, qual a razão de sermos orgulhosos, a burrice das disputas antagônicas, do desejo de dominar uns aos outros.
A riqueza como produto da exploração do trabalho do pobre, fruto do capitalismo neoliberal.
A estupidez da galância, a pequenez da arrogância, a tolice de termos mágoas permanentes das pessoas pobres.
Somos apenas seres passageiros para nossa inexistência, deste modo, fundamental entendermos que viemos do nada, para onde vamos, somos exatamente, o nada que sempre fomos.
Com efeito, representamos o vazio do nosso passamento.
Edjar Dias de Vasconcelos.