Complexo de vira-lata, vale a pena refletir sobre
O discurso de ódio, naturalmente, está longe de ser algo a ser incentivado, seja direcionado a quem for. Mas isso não significa que devemos pintar qualidades que não existem lá fora e não as enxergar aqui mesmo, em nós. O mesmo vale para o contrário, precisamos enxergar e aprender com quem tem valores. Assim como enxergar as nossas próprias limitações e defeitos, sem medo de nos ver feios, para que possamos melhorar constantemente.
Aproveitando o momento futebolístico, e sem fanatismo, precisamos responder porque o cabelo dos nossos jogadores negros, pintados de branco, evento cultural de onde eles saíram, incomoda e o fato de não ter negros na seleção Argentina, por exemplo, não. Há estudiosos questionando isso e buscando a resposta. Vale a pena ao menos dar uma boa olhada nesse material, para que possamos refletir sem o desserviço prestado pela paixão.
Vale pensar, ainda, a título de amor próprio, de reflexão que nos faça chegar nisso, se os Argentinos iriam torcer para o Brasil numa situação inversa. Ou se ao menos seríamos bem acolhidos no país deles, como fazemos aqui, no nosso maravilhoso país, mas tão necessitado da nossa contribuição, que somente virá com nossa autoestima fortalecida. Assim como da nossa consciência que o Brasil é o que nós fizemos dele até hoje. O que significa também dizer que o futuro dele depende de cada um de nós, mas juntos.
Não deveria ter que explicar que esse não é um texto com discurso de ódio, ou que todo mundo que torceu pela Argentina hoje o fez pelos motivos errados. Mas são tempos complicados para a interpretação de texto. É melhor deixar registrado, então, que o objetivo do texto é fazer refletir sobre o porquê agimos assim ou assado. E não manipular pensamentos e atitudes. Aliás, não é possível deixar de deixar também o nosso parabéns ao futebol argentino.
" Por "complexo de vira-lata" entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Eis a verdade: não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a autoestima." Nelson Rodrigues