VAI UM LANCHINHO A PÃO E ÁGUA, OU UMA VOLTINHA DE TREM?
Por 9 anos trabalhei no 2 BPM, da Brigada Militar (de 1977 até 1985), sediado em Rio Pardo. A escala era de 24 horas, por 96 de folga, com expediente uma espécie de escravidão de soldados ao tenentes, mas isto é outra história.
Eu não dormia, nos momentos permitidos, depois que um militar que estava preso tentou enforcar-se, então as madrugadas eram longas, enquanto esperávamos alguma alteração ou desgraça.
Na secretaria havia o histórico do batalhão, as andanças na Revolução Federalista, que iniciou-se em 1893, na de 1923 e assim por diante. O batalhão então trocou de sede por diversas vezes, inclusive ocupando o prédio onde hoje está o 1 BPM, em Porto Alegre. Além do histórico também havia as Ordens do Dia (hoje o boletim diário).
Nestes documentos encontrei informações de trechos da linha férrea que ligava a estação que havia ao lado da Ponte de Pedra, onde hoje é o Largo dos Açorianos, à localidade Assunção, trechos construídos pelo batalhão, em momentos que não estava envolvido em peleias.
Talvez um historiador pudesse visitar o Batalhão e pedir para pesquisar esta história e tantas outras, tipo os reconhecimentos as punições disciplinares, que podiam levar um militar a graduações superiores e ser rebaixado num curto espaço de tempo, por faltas graves. Se a memória não me engana até castigos pão e água.
Eram outros tempos!