Etienne de La Boétie: Aceitação da servidão voluntária.

A pobreza é um fato fenomenológico, todavia, permitido, o povo escolhe ser pobre, deseja ser pobre inconscientemente, então a exploração é criada pelo proletariado, como era aceita a servidão voluntária pelos os servos na Idade Média.

É uma ilusão achar que é a burguesia que domina o pobre, quem escraviza o pobre é sua ignorância cognitiva, pois o referido cria a sua dominação entregando tal prática de graça ao explorador.

No entanto, o pobre recusa socialmente a si mesmo, tem preconceito e vergonha da sua origem, razão pela qual desenvolve admiração pelo seu dominador, dando legitimidade ao seu massacrador, o pobre ama o seu capataz tamanha é admiração pelo rico.

Não tem como a burguesia dominar politicamente o trabalhador, sem sua permissão, deste modo, economicamente, não é permissível a dominação burguesa sem consentimento do pobre.

Pós contemporaneamente, o povo escolhe politicamente seus dominadores, dando aos exploradores o destino da dominação, o povo odeia seus libertadores.

Os pobres gostam dos dominadores pelo fato de sonharem ser também dominadores, com efeito, psicologicamente legitima a dominação.

O povo quer exatamente a sua desgraça social, assim sendo, quem constrói a miséria é o próprio miserável ajudando o dominador.

O benefício da ideologia invertida a favor do poder econômico.

Não é possível a libertação de uma nação quando o povo escolhe a opressão, desde modo, a exploração é consentida pacificamente até mesma contemplada pelos explorados.

O miserável regra geral odeia quem quer a sua ascensão social como coletividade, prefere salvar ilusoriamente a alma, não preocupando com a morte do corpo, quando a referida é apenas a cognição.

Com efeito, a dominação é formulada com docilidade, o dominador é comtemplado, entendido como salvador da própria miséria.

Portanto, o dominado age politicamente com covardia, sendo contra si mesmo, não existe dominação sem aceitação do dominado, como não era possível a escravidão sem que o escravo aprovasse a referida.

A questão fundamental não esta na burguesia, no entanto, na classe trabalhadora.

Com efeito, existem pobres pelo fato que os referidos escolhem politicamente serem pobres, porque sonham ser ricos, não há pobreza sem o consentimento dos pobres.

A legitimidade da pobreza é determinada por quem é pobre, sendo que o referido busca no dominador seu projeto de dominação, motivo pelo qual sustenta o poder de exploração.

Então, La Boétie entende existem pobres pelo fato da pobreza ser consentida, aceita pelos os pobres como projeto de exploração, não haverá transformação social em razão da pobreza ser permitida por quem é naturalmente pobre e sonha ser patrão.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 06/04/2022
Reeditado em 07/04/2022
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