Florescimento cultural em Assú/RN
A Feira Literária Rebuliço Assuense – FLIRA, realizada no dia 30 de outubro de 2021, dentro da programação da já tradicional Feira da Lua, evento mensal que movimenta a economia e cultura local, foi um marco do florescimento literário e cultural da nova geração em Assú/RN. A FLIRA reuniu escritores, poetas, poetisas, grupo de choro, agentes culturais, leitores, gestores e amantes da arte e cultura, num fervilhar de passos na Casa de Cultura Popular Sobrado da Baronesa, que ficou pequena com tanto movimento.
Na sequência, a exibição do filme “Eu, Preta: do livro para o filme da vida”, em 20 de novembro, que narra a trajetória de mulheres negras, dentre elas a poetisa Lidiane Cristina, bem como a exposição de “Mulheres do barro” da artista plástica, poetisa, escritora e multifacetada Itamara Almeida, ambos no Cine Teatro Pedro Amorim, dão continuidade a essa olaria, que vem remexendo artistas e simpatizantes.
Assú merece esse renovo! E ele veio em grande estilo... enrolado nas macambiras, oiticicas, na poética da várzea e do lamaçal da periferia, na diversidade, nas inquietações juvenis, na incerteza, na problematização. Porque ali onde está a beleza, a contemplação, está também a dor, o medo, os danos, as feridas individuais e coletivas. Da mesma seiva que brota a flor surge, com a mesma potência, os espinhos.
E é nesse caldeirão, onde se misturam múltiplas artes, cosmologias, poéticas e experiências, que Assú nos promete não só um florescimento, mas um turbilhão de águas... é impossível entrar no mesmo rio e sair o mesmo, como diria o pré-socrático Heráclito. A fartura do Rio Piranhas-Açu e da poesia prometem futuras enchentes: não haverá sede na terra da poesia.