"GABO" E SEUS AMIGOS
Desolado, García Márquez chorava em meio ao tumulto que iniciava o "bogotazo", violento levante que se seguiu ao assassinato do líder liberal Jorge Eliecer Gaitán, morto a tiros em 1948. Mas o motivo era outro: os contos que "Gabo" escrevera foram incendiados junto com a pensão em que se hospedava. Enquanto isso, um estudante cubano foi acusado de participar da rebelião em Bogotá e se refugiou na Embaixada de Cuba. Seu nome: Fidel Castro.
"Gabo" também gosta de relembrar a amizade com o escritor argentino Rodolfo Walsh, que conseguiu descobrir, através de um manual de criptografia, que os Estados Unidos planejavam o fracassado ataque de Playa Girón (Baia dos Porcos). Walsh foi morto após denunciar numa carta o sangrento golpe militar de 1976. Dez anos antes, outro amigo de juventude do escritor colombiano já tinha morrido: o padre e sociólogo Camilo Torres, que trocou a batina pela guerrilha do ELN e morreu no primeiro combate em 1966.