Sincronia e Diacronia: entre a continuidade e ruptura historiográfica

Sincronia e Diacronia: entre a continuidade e ruptura historiográfica

Marcel Franco Lopes

Resumo: A análise historiográfica está condicionada às variações políticas, sociais, econômicas e culturais que transformam um contexto. Entre as sincronias e diacronias existentes na contemporaneidade, a noção de tempo é bastante transformada em tempo líquido.

Palavras-chave: historiografia; sincronias; diacronias.

A análise historiográfica contemporânea contempla uma característica temporal necessária à compreensão da metodologia atualmente. Construindo um diálogo síncrono e diacrônico ou seja, com continuidades, no longo prazo, e rupturas, (re)começos, a teoria historiográfica estabelece relações interdisciplinares que enriquecem sua teoria.

Considerando os aspectos socioeconômicos individualmente, estabelece-se diferentes e singulares ritmos, que demandam distintas maneiras de explicar as transformações decorrentes do processo. Note -se que estas características se referem ao tempo histórico e que, de maneira alguma constroem estruturas fixas no que tange à sua utilização.

Diante do exposto, não há regularidade na passagem do tempo, nem mesmo na “tipologia” dos fatos. As particularidades características de cada um lhes atribuem classificações condizentes às suas propriedades. A passagem do tempo constitui-se pela alternância entre continuidades e descontinuidades que representam o constante encerramento e restauração de processos, em um processo “espiral” do tempo.

Levando em consideração o exposto acima, a História não se repete uma vez que há características específicas de cada tempo. Cada fenômeno, independente de ser registrado ou não, possui uma série de fatores que perfazem suas características. Do ponto de vista cronológico, trata-se do conceito de longa duração.

A Longa duração representa a análise do contexto histórico que constitui o pano de fundo do evento histórico. Conceito abordado pelo historiador Lucien Febvre, é uma das principais características que expandem o olhar historiográfico para além do fato. Tem-se, nessa questão, outra importante característica que diferencia os Annales do Positivismo histórico .

Em relação à passagem do tempo na Contemporaneidade, o filósofo polonês Zygmunt Bauman, em seu livro Modernidade Líquida (2000), desenvolve o conceito de tempo líquido , que relaciona a maneira como percebemos a passagem do tempo, isto é, noção de tempo, à sua cronologia, teorizando que àquela transcorre como um líquido, isto é, veloz, sem que notemos sua passagem.

Conclusão

Os ritmos distintos transpostos sobre a ideia de tempo que desenvolve -se entre continuidades e rupturas, evidencia várias transformações na Contemporaneidade. Seja no âmbito da percepção de tempo, na maneira como se constrói historiografia, ou na análise das várias transformações que caracterizam a liquidez da passagem do tempo, as sincronias e diacronias caracterizam as propriedades temporais que se evidenciam com mais clareza nos nossos dias.