O conceito de sociedade líquida em Zygmunt Bauman.
A sociedade atual classificada para Bauman como modernidade líquida, o que é o referido entendimento, a substituição do termo pós modernidade na criação da pós contemporaneidade, tal entendimento é uma ideologia, em contraposição a modernidade sólida entendida como pós modernidade.
Deste modo, a modernidade sólida corresponde com o próprio conceito de pós modernidade ou seja um período de esperança com prevalência da utopia transformativa, uma permanente guerra entre o socialismo e o liberalismo econômico, a guerra fria produto de duas guerras mundiais.
Com efeito, qual a diferença fundamental entre os dois conceitos em referência, a sociedade sólida e a sociedade líquida? Em resposta na sociedade sólida na era pós moderna existia esperança, a prevalência das utopias.
Entretanto, já na sociedade líquida representada pela era pós contemporânea a manifestação do fim das utopias, nada é pensado a longo prazo, tudo é imediato objetivando o consumo, na sociedade sólida prevalecia como ideologia política o liberalismo econômico, na sociedade líquida o neoliberalismo.
A utopia a percepção que a realidade precisava ser mudada, fundamental a transformação social na perspectiva da igualdade, deste modo, caracterizado o mundo pós moderno, assim se definia a sociedade sólida, já na sociedade liquida na era pós contemporânea representando a ideologia da sociedade de dominação econômica, massificação da razão de instrumento como fundamento do domínio político.
Na sociedade líquida a realidade é desregulamentada, desordenada, não existe futuro, a morte da razão de cognição, a cultura instrumento de dominação, prevalece a desordem, a pobreza fruto das relações econômicas.
O fim das utopias, resultam da perda do caráter reflexivo, a própria sociedade perde a noção de progresso, não entende que a riqueza deve ser com compartilhada, perdendo o desejo da construção do Estado do bem estar social.
O homem na sociedade líquida é visto como objeto de consumo, sem criticidade, o individuo é o fim ultimo das relações sociais.
Na era pós contemporânea a sociedade é desregulamentada, o Estado não cumpre o papel de Estado, sendo o referido o próprio mercado, há apenas um objetivo a exploração capitalista e concentração da renda em benefício de uma burguesia parasitária.
A vida passa também ser desordenada, surge o homem abobado, totalmente bestializado, absoluta superação da pós modernidade, não há mais sociedade sólida, a superação total da ideologia socialista e a não aceitação do social liberalismo.
No mundo pós contemporâneo, reina a incerteza não existe mais a verdade, tudo funciona pela subjetividade, a pessoa não tem referencial para construir a própria vida, nasce então a sociedade fundamentada na psicopatia social.
A liquidez da sociedade se dá pela incapacidade humana de transformação, o homem age conforme determina o mercado, nada é fixo, tudo é líquido, não é possível a efetivação de um projeto de vida, deste modo, sustenta a sociedade real.
O homem é triste, angustiado, psicopático não consegue reagir frente ao poder econômico, muitos encontram como perspectiva tão somente o suicídio, a prevalência da ideologia de direita ou extrema direita como força política de Estado.
Edjar Dias de Vasconcelos.