As religiões como atraso cultural das nações.

Você sabia que o corpo fala, o rosto fala, o próprio modo de caminhar fala, deste modo, o corpo tem sua linguagem própria, revelando quem é a pessoa.

No entanto, a melhor forma de conhecer uma pessoa, pelo seu mundo linguístico, a linguagem revela tudo que a pessoa é, o caráter da pessoa.

Quando que a pessoa tem deformação de caráter, o referido não é solitário, o caráter não costuma ser individual, o modo da pessoa ser é sempre social, motivo pelo qual muitas civilizações não terão futuro histórico.

A pessoa é produzida pelo processo político, econômico, civilizatório, não existe a pessoa individualizada como personalidade específica, o homem sem o meio cultural é como um animal qualquer, o homem é o seu habitat.

As nações quanto mais diversas são culturalmente, mais conflituosas internamente, os lastros culturais de uma nação são religiosos, isso quando a nação é atrasada economicamente, a nação rica a essência cultural é epistêmica.

Assim sendo, para as nações ricas o fundamento cultural é o materialismo histórico, cuja filosofia consiste a única realidade possível é a matéria, sem materialidade não existe vida, muito menos riqueza.

As nações pobres, além da matéria a realidade prevalecente é o espírito, deste modo, o espírito determina a realidade, como força transcendental.

Todavia, o que acontece na prática, o espírito é encarnado em diversidades de ideologias, multiplicidades religiosas, assim sendo, surgem os conflitos culturais, entretanto, os conflitos são políticos.

O que é a deformação do caráter, quando a ideologia política justifica a dominação das classes sociais.

A ideologia de dominação de classes está na cultura religiosa popular, como natureza do poder político, onde está a sustentação do conservadorismo brasileiro?

Na complexidade das diversidades religiosas, de tal modo, que a religião poderá fazer muito mal para o caráter, sobretudo, para o desenvolvimento civilizatório.

Portanto, quando desenvolvo a ideia que o corpo fala, refiro especificamente a linguagem não em uma pessoa em particular, entretanto, como fundamento da ideologia das nações.

Com efeito, posso dizer em referência ao Brasil, em relação a cultura religiosa pentecostalizada entre pobres e ricos, a impossibilidade de qualquer transformação social.

As religiões pentecostais sustentam ideologicamente o Estado neoliberal, votando em políticos de direita e extrema direita, o que é o neoliberalismo, uma ideologia política conservadora que objetiva evitar a distribuição de renda entre os trabalhadores.

Por outro lado, o neoliberalismo procura brecar o desenvolvimento econômico das nações, evitando o consumo, com a concentração da riqueza.

O neoliberalismo tem uma única finalidade favorecer o enriquecimento da burguesia, sobretudo, a burguesia financeira.

Tenho estudado esse fenômeno do pentecostalismo, entre as diversidades religiosas, na sustentação do poder econômico, a fé é sempre associada hoje a uma ideologia produtora da pobreza.

Como as pessoas de fé votam na direita e extrema direita em favor do neoliberalismo, praticamente impossível a transformação do Brasil pela democracia.

Porém, como não existe outro caminho, o Brasil será eternamente a ideologização das grandes narrativas.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 05/07/2021
Reeditado em 05/07/2021
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