O homem e o chimpanzé têm o mesmo DNA, entretanto, apenas o homem desenvolveu a linguagem.

A teoria linguística proposta por Noam Chomsky em defesa da linguagem inata, pelo fato que homem consegue falar, pela mesma razão, o homem desenvolveu o pensamento.

Com efeito, não existe linguagem sem pensamento, consecutivamente, pensamento sem linguagem, todavia, a fala articulada é produto do alfabeto, não há pensamento construído sem fazer uso do mesmo, sendo o referido resultado tardio da evolução humana.

Noam defende que existe na mente sapiens, uma estrutura gramatical generativa, a teoria explica a existência de uma estrutura mental inata, de tal modo, o homem tem dificuldade de compreender a própria linguagem, não entendendo a representação do pensamento, do ponto de vista da sua lexicologia.

Portanto, é possível o cérebro produzir qualquer enunciado, fundamental a preservação do entendimento, o mecanismo inato faz o cérebro funcionar mecanicamente, em consonância com o fundamento da identidade, a tal ponto, impossibilitando ao cérebro a destruição do seu antagonismo linguístico ou seja, o que for ao contrário, definido como identidade.

Para entendermos o cérebro como princípio inato, necessário um estudo específico de como nasceram as espécies, cada espécie remonta a um único DNA, o que existem são variações de formas, do ponto de vista do DNA, há apenas uma espécie, classificada como animal.

Deste modo, se a linguagem fosse inata ao homem seria também aos demais animais, pois o que determina o ser vivo é o DNA, assim sendo, o suposto inatismo só pode ser entendido por uma revolução biológica, morfológica, resultada do bipedismo, motivo pelo qual o homem tem linguagem e o macaco chimpanzé não, sendo que ambos compartilham do mesmíssimo DNA.

Se fosse possível pegar um grupo de homens brancos do Norte da Europa, todos colocados sobre as árvores em uma floresta na África, em um milhão de anos, seriam negros e chimpanzés, perderiam a linguagem.

Deste modo, não existiria mais nenhuma disposição cognitiva a favor da linguagem, devido a contra revolução morfológica sofrida.

O que estou afirmando, hoje existe uma predisposição ao desenvolvimento da linguagem como resultado da evolução humana, entretanto, contrariamente, por outro lado, se pudesse isolar um grupo de humanos, colando também na floresta, vivendo com os chimpanzés, sem contato com o meio social, responsável pelo desenvolvimento da linguagem, o homem comportaria exatamente como chimpanzé.

Assim sendo, o homem é produto do seu meio, todo homem é produzido pelo seu habitat, determinando o cérebro que é único, no entanto, funciona por multiplicidades de memórias, no uso das diversas linguagens, nada é inato no cérebro, tudo é construído, hermeneuticizado, o homem é o seu cérebro, com suas diversas memórias polimatheicas ou epistêmicas.

Entretanto, apenas os homens super cultos conseguem destruir as memórias logocêntricas superando o princípio da identidade cultural, o homem é um animal essencialmente alienado, sem domínio do próprio cérebro.

Todavia, a linguagem é o mais absoluto condicionamento ideológico, resultado da cultura social, o homem sem seu meio social seria igual a qualquer outro animal.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 25/06/2021
Reeditado em 25/06/2021
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