JOSÉ DE BARROS LIMA, O LEÃO COROADO
O Brasil ferve turbulências políticas as mais diversas em seu território, fruto da herança dos tempos do colonialismo. No comando pontifica o rei D. João VI. O ano é 1817. Tempos sombrios e muito difíceis para as populações do interior do País, sobretudo.
Pernambuco, terra de revolucionários, insubordina-se contra a ordem vigente sob a exploração permanente da Coroa Portuguesa.
Neste período eclode o último movimento separatista da era colonial,a Revolução Pernambucana, também sabida como Revolução dos Padres, movimento liberal e republicano que instaura uma nova ordem em nossas terras.
E neste cenário um homem se destaca, dentre tantos outros - a exemplo de frei Caneca, Cruz Cabugá, os padres Roma, João Ribeiro e Barbara de Alencar - JOSÉ DE BARROS LIMA, um capitão de grande envergadura, destemido e de muita coragem, DAÍ SENDO DENOMINADO DE LEÃO COROADO.
Acusado de conspiração um gesto seu dá início à Revolução Pernambucana no dia 6 de Março quando mata o brigadeiro Barbosa de Castro, um português que lhe dera voz de prisão.
Nasceu Leão Coroado em São Lourenço da Mata nos idos de 1764. Cultivou ideais libertários, lutou por uma sociedade justa e onde todos pudessem ter direitos iguais. Defensor da república e de um ideário de liberdades teve sua vida ceifada, fruto de seu compromisso.
O Brasil vive, então, sob muita pobreza e elevada carga tributária imposta pelo governo português que, impiedoso, vai massacrar a todos os revolucionários com requintes de muita crueldade e sem nenhum traço de misericórdia.
O capitão José de Barros Lima, o Leão Coroado, juntamente a outros seus compatriotas e companheiros de infortúnios, vitimados pela repressão realista, na atual Praça da República, no centro do Recife, à época Largo do Erário, aos 8 de julho de 1817, tem sua vida arrancada com extremada violência. Deixa esposa e três filhos.
Foi enforcado, decapitado e teve suas mãos decepadas num simbolismo macabro a avisar que não se permitia pensar e executar o pensamento. Seu corpo, posteriormente esquartejado, a cabeça exposta nas ruas do Recife e seus restos mortais arrastados pelas ruas puxados por rabos de cavalo como aviso inconteste do governo português para lembrar quem, de fato mandava não pôs fim aos sentimentos de liberdade no coração dos pernambucanos.
E toda a repressão não apagou os ideais de Liberdade defendidos por Leão Coroado e seus companheiros insurretos e de infortúnios. Eles estão mais vivos que nunca na memória, na História e nas ações do Povo pernambucano.