Parmênides o criador do princípio da identidade.
O ser é o que é, não existe o não ser, a negação do devir de Heráclito.
Deste modo, determina-se a realidade, o fundamento do real é a essência, assim sendo, a referida é a sua existência.
Com efeito, o engano é produto do movimento, pois o mesmo impossibilita a realidade como fenomeno resultado da essência, Parmênides.
O vir a ser destrói a identidade, motivo pelo qual não pode ter existência sem sua essência.
Assim sendo, o cérebro é sua realidade, a destruição do real pelo caminho da desconstrução é a demolição do próprio ser, a identidade é o princípio da conservação do ser.
Não existe ser sem identidade, tal princípio é insuperável, quando o homem perde sua identidade deixa de ser homem, como formulou posteriormente, Antônio Damásio, o homem é sua identidade ou seja, o seu cérebro fundamentado na identidade.
Não é possível superar a identidade, eliminada uma determinada identidade surge outra ocupando exatamente o lugar da cognição anterior.
Com efeito, erro de Parmênides por imaginar a não mudança da identidade, o substrato como fundamento da essência, não significa ser fácil a mudança de identidade, aquilo que o homem é normalmente não deixa de ser.
Um neoliberal, jamais será social liberal, um ateu epistemológico não será cristão, o homo afetivo não deixará de ser homo afetivo, deste modo, consecutivamente, o homem é como está constituído o seu cérebro, age conforma o comando da mente.
Assim sendo, todo homem é previsto psicanaliticamente, o cérebro verdadeiramente inteligente é dialético, se nenhum homem nega o seu princípio de identidade em defesa de outro princípio.
Motivo pelo qual é muito perigoso o ato do poder, seja qual for sua natureza, tal proposição recusa a movimentação do devir dialético.
Entretanto, o homem dialético quando tem tal consciência, sabe que não existe essência pelo fato de estar sempre em construção, entende que a referida muda, em constante transformação dialética.
Formulação de Heráclito, a consciência é apenas o movimento, a essência determina-se fragmentariamente por uma constante movimentação do devir.
Neste sentido que Sartre entendeu que a existência precede a essência, pois a identidade resulta da realidade existencial, não existe essência sem vivência.
A consciência neste caso não é sustentada no princípio da identidade, por ser produto histórico do movimento, Heráclito, o ser é em seu desenvolvimento, o não ser na constituição do ser, então como formular a identidade definitiva.
Nada é possível de conservação em definitivo, conforme pensou Heráclito, portanto, a verdadeira identidade sustenta-se no movimento de desconstrução, teoria elaborada por Derrida.
O momento é complexo, diverso, motivos pelo quais as razões não são únicas, tão somente múltiplas, o que é a verdade não existem tais proposições.
As verdades são reconstruções permanentes resultadas das múltiplas memórias, produto de sínteses subjetivas, históricas e ideológicas.
Portanto, como desenvolver o sujeito tendo como substrato o princípio de identidade, quando o mesmo não se formata em definitivo, um processo eterno de desconstrução da própria identidade.
Edjar Dias de Vasconcelos.