Historicismo e relativismo cultural: Wilhelm Dilthey.

1833-1911.

Dilthey magnífico filósofo alemão, autor de diversos livros, começou a escrever no final do século XIX, continuando no princípio do século XX, simplesmente genial.

Influenciou muito as ciências sociais denominadas como ciências do espírito, até o mesmo o marxismo sofreu profunda influência pelo pensamento de Dilthey.

A grande contribuição dada por Dilthey refere a distinção elaborada em referência as ciências sociais e as ciências naturais.

Deste modo, o grande critério epistemológico usado por ele, as ciências sociais, denominadas de ciências do espírito, são ciências culturais, históricas, portanto, ciências ideológicas, motivo pelo qual são hermenêuticas.

Assim sendo, neste caso, o sujeito e o objeto são idênticos, significando que o homem estuda a si mesmo, o espírito estuda o próprio espírito.

Com efeito, o resultado da compreensão a alienação da cognição, todo entendimento será produto da ideologia do sujeito e não da representação da realidade.

Deste modo, a realidade é uma ficção hermenêutica, se o sujeito for marxista será um determinado entendimento, sendo neoliberal outro, consecutivamente, a qualquer doutrina. Portanto, a razão exegética do relativismo cultural.

Para Dilthey, contrariamente, as ciências da natureza, o homem estuda o objeto exterior a si mesmo, no uso do método indutivo através da comprovação das hipóteses, não faz recurso da hermenêutica.

Com efeito, as ciências naturais podem ser objetivas e não ideológicas.

Quanto as ciências do espírito o homem está estudando a si mesmo, motivo pelo qual projeta o seu mundo cultural sistematizado na memória como forma de entendimento do objeto.

Assim sendo, a compreensão é a absolutização para explicar o objeto, por meio da cognição projetada como forma do entendimento.

Entretanto, o sujeito cognitivo não entende tal mecanicidade, a processualidade é inconsciente, pensa que a compreensão é a fenomenalidade epistemológica do objeto compreendido cientificamente.

Todavia, é a representação do engano epistêmico do sujeito representado.

O homem é um ser cultural o seu cérebro é produto do meio cultural, quando estuda um determinado fenomeno, está estudando a si mesmo, devido a identidade cultural entre o sujeito e o objeto.

Deste modo, o homem não consegue libertar do seu cérebro cultural para entender o objeto fenomenológico, o homem é o seu próprio cérebro, motivo da exigência relativa da compreensão cultural analisada epistemologicamente.

Com efeito, existe uma relação de identidade do sujeito com objeto, sendo o objeto transformado em ideologia cultural do sujeito, deste modo, é destruído a objetividade na cognição do sujeito epistemológico, sendo transformada em subjetivismo cultural do sujeito cognitivo.

Portanto, a prevalecência do princípio da identidade do sujeito em relação ao objeto, significando que a compreensão a própria ideologização do sujeito, destruindo a objetividade, o cérebro sempre funciona em qualquer circunstância pelo princípio da identidade.

A segunda questão colocada por Dilthey nas ciências sociais, os juízos de valor são iguais aos juízos de fato, de tal modo todo, todo julgamento depende da valoração ideológica do sujeito em questão.

Deste modo, o sujeito não consegue agir esquecendo seus valores morais culturais, no julgamento prevalece as ideologias hermenêuticas sistematizadas na memória cognitiva.

O terceiro critério de relevância para um sujeito cognitivo realmente culto, em relação as ciências do espírito, a cognição não pode apenas explicar os fatos sociais, também compreendê-los, nesta relação de complexidade da projeção cultural do sujeito em relação aos objetos.

Portanto, o esforço permanente da separação possível da valoração ideológica da cognição do sujeito com a realidade em si, o que é quase impraticável.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 19/12/2020
Reeditado em 19/12/2020
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