Carlos Drummond: Obra literária Claro Enigma, vestibular.
Carlos Drummond 1902-1987.
Obra literária histórica formulada por Carlos Drummond, uma coletânea de 41 poemas divididos em seis seções: I entre Lobo e Cão 18 poemas; II Notícias Amorosas 07 poemas; III O Menino e os Homens; 04 poemas; IV Selo de Minas; 04 poemas; V Os Lábios Cerrados; 06 poemas; VI A Máquina do Mundo; 02 poemas.
Trabalho publicado em 1951 após sofrer uma grande decepção com o socialismo, sobretudo, após a Segunda Guerra Mundial, momento que levou o escritor abandonar sua militância política.
O poeta estava perplexo sem força para reagir, sua poesia deixa de buscar respostas, procura interrogar qual seria a perspectiva do mundo.
Deste modo, sem acreditar no liberalismo econômico, decepcionado com o socialismo, não defendendo o nacional socialismo.
Portanto, melancolicamente, tematiza incertezas e angustias, atormentado o escritor não encontra perspectivas políticas.
Primeira Seção.
Entre o Lobo e Cão, uma metáfora construída, exposição do mundo político, oscilação e o extremismo, de um lado, o cão amigo do homem, animal fiel e companheiro.
Com efeito, do outro lado, o lobo representante dos ideários políticos da burguesia dominadora.
Contrário ao convívio social, um predador da natureza, metaforicamente, a classe política dominante, inviabiliza a sociedade evitando a equalização social.
Deste modo, o poeta escolhe diante de tal situação, a solidão, a melancolia.
Portanto, o escritor em referência a seção, retrata o negativismo, não encontrando saída para o mundo economicamente, a classe proletária condenada ao infortúnio.
Segunda seção.
Notícias amorosas, o poeta com relação a decepção política, dedica ao mundo romântico, entretanto, relata o amor desencontrado, sofrimentos e dificuldades.
No entanto, descreve a condição humana perdida desarrumada, procura fugir, não sendo evidentemente sedutor.
Terceira seção.
Menino e os Homens, continua negativo e pessimista, o poema reflete poesias de memórias, recordando dos irmãos, amigos e pessoas falecidas.
Procura analisar o presente, os antagonismos que determinam o destino do homem, compreende a morte como futuro objetivo, diante de tal condição, como lidar com a vida precária, próxima ao fim e sem perspectiva política.
Quarta seção.
Selo de Minas, autobiografia entre a família de Drummond e o Estado de Minas, elabora a trajetória dos caminhos mineiros, sobretudo, Minas no período colonial.
O papel do Estado, na política emancipatória e ao mesmo tempo a evolução do capitalismo e a destruição da natureza, refere como alusão o patrimônio histórico de Ouro Preto, seu desmoronamento, a destruição da própria história.
Quinta seção.
Lábios e Cerrados, utilização como figura de linguagem, sinônimo de mudez, o mais profundo silêncio, refere a memória da sua família, entendida também como memória esquecida, talvez de sua própria poesia.
Entretanto, faz recorrência as pessoas que morreram, a vida por meio das recordações, pensa a favor do pai, lembranças, muito negativismo, poesia essencialmente pessimista, reflexão a respeito da aceitação da morte e sua ligação com o tempo.
Com efeito, procura compreender as dores emocionais, um presente que denota essencialmente o passado, a ausência dos conhecidos.
Sexta Seção.
Máquina do Mundo relata sobre o homem, sua passagem pelo mundo, interrogações da vida, as soluções são oferecidas porém recusadas, pois para o poeta só existem questionamentos sendo que os mesmos direcionam a vida.
No livro encontra um poema com o mesmo nome da seção, com efeito, como melhor poema do século XX.
Desde da antiguidade até a Filosofia Iluminista, a concepção que o mundo é de fato uma máquina.
Por meio do poema Carlos explica a vida, sua funcionalidade, a questão da vida e da morte, em uma perspectiva enigmática, tudo é essencialmente um grande mistério.
Motivo pelo qual as respostas dadas não eram desejadas, as explicações para o poeta constituem em grandes ilusões, usava o conceito de liberdade para lidar com indagações fantasiosas, o mundo objetivamente sem futuro, o capitalismo como objetivo a mais absoluta exclusão proletária.
Professor: Edjar Dias de Vasconcelos.