Fédon a explicação da existência da alma, livro escrito por Platão.
Platão 428-347.
Então perguntou Platão a Fédon um dos discípulos, existe alma além do corpo e do mundo linguístico, a realidade não é apenas a matéria, deste modo, teve início o diálogo.
O que descrevo é a imortalidade da alma, imediatamente interrogou Equécrates a Fédon, relate por favor o vosso fundamento.
Fédon começou a relatar o dialogo entre Cebes e Símias, os principais interlocutores.
Deste modo, Fédon transcreve a Teoria da recordação, a qual Platão denomina de formas.
Cebes então disse, o que estás dizendo referindo a Símias, reflete tão somente a recordação, motivo pelo qual o homem fala, pelo fato de poder recordar, de tal modo, a realidade humana divide-se em corpo e alma, perfeitamente, Símias.
Sendo assim, a alma existe antes do corpo, motivo pelo qual é eterna, entretanto, passa existir praxiologicamente ao receber a forma humana, a prova da imortalidade da alma, Cebes.
Proposição correta, concorda Símias, o homem só é homem pelo fato de ter uma alma, a fala é a prova da existência da alma, tão somente o homem tem linguagem.
Sócrates, o conhecimento é recordação, motivo pelo qual o homem já nasce sábio, pois o corpo recebeu uma alma evoluída, justificando a superioridade.
Contrariamente, a inexistência da sabedoria devido a inferioridade da alma.
Continuou Sócrates, o caminho da sabedoria efetiva-se através da recordação, enquanto a alma estiver absolvida pelo corruptor na sua união com o corpo.
O corpo é ruim oferece obstáculos a transformação da alma, de tal modo, a alma reencarna muitas vezes no caminho da evolução do espírito, com objetivo de livrar definitivamente do mesmo.
Com efeito, o ideal é abandonar o corpo para que a alma possa prevalecer, deste modo, a formulação do pensamento de Platão, a sabedoria só poderá ser manifestada através da alma.
A alma só será livre quando conseguir libertar definitivamente do corpo, no entanto, Cebes e Símias querem a conformação de Sócrates, a respeito da existência da alma após a morte do corpo.
Argumenta Sócrates afirmando a existência da alma após a morte, muitas almas perversas vão para o inferno, em grego significa Hades, nascendo a ideia posteriormente, no cristianismo da ressurreição, paraíso e inferno, do mesmo modo, no islamismo, Kardecismo a teoria da reencarnação.
Entretanto, o diálogo continuava quando chega o veneno dado pelo poder público, o qual leva a morte de Sócrates.
Aristóteles classifica o livro Fédon como manifestação do delírio platônico, criando um novo conceito dado a alma, como cognição, morrendo com a morte do corpo.
Portanto, hoje a neurociência retoma o conceito de Aristóteles, a cognição como evolução da linguagem construída, a não existência da alma com os referidos pressupostos.
Edjar Dias de Vasconcelos.