O funcionamento do cérebro e suas ideologias.
Todo cérebro é estruturado ideologicamente, o homem é o seu cérebro sistêmico, não existe sapiens sem estruturação ideológica da mente.
Deste modo, os homens são suas ideologias, o corpo obedece o comando de suas memórias codificadas.
Assim sendo, o homem age segundo sua estruturação psicológica, motivo pelo qual muito importante o homem pós contemporâneo não ter ideologias.
O homem ideologicamente sustentável sempre frágil cognitivamente.
Do ponto de vista psicanalítico é fundamental o homem não deixar o cérebro ser determinado por uma ideologia ou várias acepções ideológicas.
Refiro ao mundo ideológico, como método fenomenológico, quanto mais indutiva for a razão, menos ideológica a memória cognitiva.
Portanto, o homem ideológico não consegue ser neutro, entretanto, toda neutralidade possível é apenas parcial, sendo o cérebro absolutamente subjetivo, a objetividade é uma fantasia cultural.
Não existe a neutralidade ideológica, quanto mais ideológico for o homem, mais imperfeita é a sua razão logocêntrica.
A questão fundamental, no mundo praxiológico, a razão é absolutamente irracional.
Imagine um juiz marxista ortodoxo julgando um político neoliberal, da mesma forma, um criacionista julgando um professor evolucionista defensor da biologia sintética.
O cérebro comporta tal qual o comando da memória, razão pela qual muito perigoso quando alguém é muito ideológico, marxista, neoliberal, cristão, deste modo, consecutivamente.
Na verdade os homens são suas memórias múltiplas deformadas, a neutralidade é um mito.
Exatamente pelo fato de existirem múltiplas memórias codificadas no cérebro, os homens são suas deformações cognitivas, no entanto, imperceptíveis em relação ao comando da mente.
Com efeito, os homens são suas dissimulações, a essência do cérebro é a manipulação das diversas memórias codificadas em defesa da mente estruturada.
A razão é perigosa, pelo fato de manifestar-se como razão sem ser razão, o melhor caminho para cognição, o dever de ser minimamente neutra, o esforço permanente no sentido de não se ter ideologia.
O cérebro possivelmente desideologizado, para tal necessário o homem não ter ideologia cognitiva, a referida prática impossível, entretanto, indispensável o homem entender que o cérebro são as ideologias substancializadas.
Todo homem se define sendo ideológico, significando ser em parte estragado psicanaliticamente, a saúde mental é parcial, necessário o esforço permanente, objetivando que o cérebro seja menos ideológico possível.
No entanto, o homem é o que é, através do mecanismo que determina a consciência como fruto do inconsciente, a não percepção do próprio erro da memória codificada ideologicamente.
Em síntese a memória é uma causa sem causa.
Edjar Dias de Vasconcelos.