John Locke: Como nascem as ideias.
John Locke 1632-1704.
Locke grande filósofo estava decepcionado com a Filosofia de Aristóteles, já discordava da Filosofia de Platão, Santo Agostinho e Descartes.
Com efeito, recusava a Escolástica, Tomás de Aquino, como também Platão, Agostinho e Descartes, que defendiam a tese do inatismo, as pessoas nascem com as ideias, Locke aproxima de Francis Bacon.
Deste modo, as ideias para esses pensadores são anteriores a cognição, existem independente a qualquer experiência sensorial, as ideias estão na mente humana desde o nascimento, manifestando com o desenvolvimento da linguagem.
Tal proposição para Locke simplesmente absurda, combateu com veemência o inatismo, formulando em sua magnífica obra: Ensaio Acerca do Entendimento Humano, as ideias como produção da experiência.
Sua proposição fundamental quando a criança nasce, sua mente no instante do nascimento é como uma tábula rasa, um papel em branco, sem nenhuma ideia previamente.
Portanto, se uma criança for isolada socialmente, sem contato cultural linguístico, a linguagem não será desenvolvida pelo fato que a cognição é posterior a experiência.
Com efeito, as ideias são desenvolvidas na mente sapiens em consonância com o meio cultural de cada criança, assim sendo, a pessoa é o seu meio social.
Alguma dúvida a respeito da explicação, um cortador de cana, jamais consegue pensar com as categorias da Filosofia de Nietzsche, entretanto, tem a mesma cognição.
Deste modo, o homem é o seu cérebro, seu mundo linguístico ideológico, moral e ético, pois nada existe na mente que não tenha sua origem cultural como produção do meio.
Portanto, todo homem é a reprodução cultural do seu meio social, não tem como ser diferente, razão pela qual existem as diversidades culturais, esse é o mecanismo do desenvolvimento da linguagem.
O que é inato, deste modo, podemos concluir é o mecanismo linguístico através do qual a linguagem pode ser construída, a memória está pronta para construção linguística que será exatamente igual ao meio produzido.
O homem é o seu meio linguístico como substrato para suas produções ideológicas, quando as ideologias são solidificadas no cérebro, o homem passa ser seu mundo ideológico, moral e ético.
Sendo assim, conhecendo as ideologias humanas é possível conhecer o homem, nenhum homem consegue ser diferente do que está estabelecido em seu cérebro, o mundo ideológico é a fantasia real de cada pessoa.
Isso não significa que homem não seja dissimulado, a dissimulação é o mecanismo político da dominação do homem pelo Estado, o homem pós contemporâneo essencialmente dissimulado em todos aspectos, este o novo cérebro.
O que é interessante, o cérebro tem em si quando estruturado cognitivamente, um mecanismo sistêmico psicológico que não deixa o cérebro mudar, conservando o princípio de identidade.
Motivo pelo qual o gay não de ser gay o ateu não transforma em pentecostal, o neoliberal em marxista, deste modo, consecutivamente.
Importante a pessoa entender exatamente como são criadas as ideias e como o cérebro é formatado, a lógica do cérebro é exatamente a mesma, desde um índio na selva a um professor de Filosofia da Sorbonne.
A pessoa sem caráter será eternamente sem caráter, muito difícil uma revolução cognitiva cultural, refiro no sentido antropológico da cultura.
Edjar Dias de Vasconcelos,