Karl Marx: A história da produção das ideologias.
Na verdade somos enganados pela própria consciência, a filosofia clínica sabe disso, do mesmo modo, a psicanálise, a ciência indutiva tem o mesmo posicionamento epistemológico.
Heisenberg, Bachelard, Einstein, entretanto, tudo iniciou com Platão, uma análise da Caverna de Platão, os Ídolos da Tribo de Bacon, Crítica da Razão Pura em Kant, Schopenhauer, Nietzsche, Freud e Foucault.
Entretanto, nossa análise remonta-se a Karl Marx, no entendimento da falsa consciência, denominada por ele de consciência ideológica.
Deste modo, o que é ideologia, a reificação da realidade, o fetichismo epistemológico, o indivíduo não consegue entender corretamente a realidade material, produto das relações econômicas.
O sujeito cognitivo desenvolve uma inversão entre a cognição e o abjeto, Marx denunciou tal procedimento como razão limitada em um mecanismo infinito do entendimento dos fatos fenomenológicos.
A razão é finita, a realidade infinita, portanto, desta mecanicidade nasce a falsa consciência, como produto de relações políticas e jurídicas, como sustentação da economia de mercado.
Com efeito, é a ideologia de mercado que cria as condições para o desenvolvimento da falsa consciência, magnífica descoberta de Marx.
Kant não conhecemos as coisas em si mesmas, o ser em si, só conhecemos as coisas como as percebemos, a materialidade é a ideologização do sujeito.
Schopenhauer entende a consciência como o desejo da vontade de dominar politicamente, o mundo é a vontade da representação do domínio.
Nietzsche não existe verdade, tão somente a interpretação ideológica cultural da verdade, a verdade é a representação da ideologização da cultura.
Freud a consciência é a própria inconsciência, no sentido do estabelecimento do não entendimento do real.
Heisenberg a verdade é absolutamente incerta, Bachelard a verdade é apenas aproximativa, Einstein a verdade é relativa.
Gadamer o pai da hermenêutica contemporânea disse ser a verdade uma questão de método, são tantas verdades em consonância com as epistemologizações.
Portanto, assim sendo, a hermenêutica funciona como manipulação do método.
O que refletiu Foucault, a verdade é política, serve a um projeto de dominação, essencialmente ideológico, subjetivo, parcial, fragmentário e histórico.
Marx analisou a verdade na perspectiva da dominação econômica, desenvolvendo uma crítica epistemológica ao liberalismo econômico, a funcionalidade do sujeito epistêmico como produto reificado.
O mercado cria o modus ideológico do pensamento, levando o indivíduo ser porta voz da dominação, deste modo, age sem consciência fenomenológica crítica, o que Horkheimer e Adorno chamam de razão instrumentalizada.
As ideologias são produzidas pelas relações sociais históricas, portanto, transformáveis, essa ideia implica em uma consciência revolucionaria no sentido de mudar as instituições que garantem o funcionamento da produção das falsas consciências.
Com efeito, não é possível a consciência verdadeira na perspectiva do liberalismo econômico, do mesmo modo, hoje no neoliberalismo.
A verdade será tanto mais objetiva, quanto mais a sociedade for igual, Marx entendia tal lógica na perspectiva do socialismo, hoje os neomarxistas no estabelecimento da sociedade social liberal.
Edjar Dias de Vasconcelos.