Escrevo porque sofro ( Mauro da Silva) Artigo no Jornal Zambeze

Artigo de Silvino Miranda publicado no Jornal Zambeze, aos 24 de Outubro de 2019

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Escrevo porque sofro

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Mauro José da Silva começa a escrever poemas em 2015, na Escola Particular Isaac Newton no meio da aula de Português, estava a fazer a 11° classe. “ Lembro-me que estavam todos a debater um tema, mas todos estavam a exaltar para se contradizerem, eu, também estava a exaltar, mas algo chamou-me para fora de mim, para observar aquele ambiente, entrei num profundo devaneio e comecei a escrever sobre tudo que me vinha a mente, e dei ao poema o título de UM DIA”.

“Gosto de dizer que escrevo porque sofro, o sofrimento é a minha fonte de inspiração, a indignação, a duvida e a pressa de conhecer o meu destino, são esses os meus demónios que procuro exorcizar na escrita, sou um pessoa um pouco reservada, mas muito aberta como um livro, não tenho muitos segredos, porque de mim todo papel sabe, eu me abro na escrita e quem me lê é capaz de me conhecer melhor do que a mim mesmo”.

Há uma questão que é preciso ser esclarecida, a questão da distinção entre o poema e a poesia, “ não sei se faço poesia, poesia é algo muito delicado, as pessoas falam da poesia como se falassem de poemas e de poemas como se fossem poesia, eu busco não os relacionar, poesia é o que nós podemos tirar de um poema, poema é um estilo literário bem estruturado por estrofes e versos, este pode não lá consigo a poesia, a poesia é como um Deus, só sente quem acredita que ela existe, a poesia é algo que mexe com o nosso ser, as nossas emoções e todos artistas no geral vão em busca dessa poesia em suas criações.

Em 2015, entra para a Associação Artística a Fénix, um grupo de poetas que tinha como objectivo principal expandir o novo estilo literário, o tautoindriso, criado pelo poeta moçambicano Norek Red

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NEGRO DESISTE (Tautoindriso)

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Desiste de (des) escrever

Devaneios difíceis

De desenvolver

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Deserdaram-nos deuses

Doaram-nos Deus

Deixaram-nos desgovernados

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Despiram-nos desenvolvimento, dando-nos desgraça!

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Doaram-nos doenças, demónios! (des) programaram-nos…

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Mauro da Silva

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Aos 25 de Março de 2017 lança a sua primeira obra intitulada “As Memorias de Um Escreveta” é uma obra composta por duetos, onde escrevo poemas com vários outros jovens poetas de varias regiões a nível nacional e participaram também dois poetas angolanos. Participa de uma obra publicada em Angola com o título “As Duas Faces da Mesma Poesia” do poeta angolano Joel Caetano, para além desta obra, tem varias participações em antologias internacionais.

Mauro da Silva diz que o seu maior sonho é tornar-se imortal, como tantos outros grandes poetas e os demais ícones do mundo, como Jesus, ele é lembrado e falado até hoje, foi um grande protagonista, “todo aquele que é lembrado volta a viver, está no meio de nós, nos ensina e diz qualquer coisa através das suas obras, só morre aquele que é esquecido, há muitos vivos que pouco vivem, eu sou aquele vivo que vai em busca da sua imortalidade por meio das minhas obras”.