Não estava prevista a existência do mundo.
Não estava prevista, compreenda a excrescência deste fato fenomenal.
A grande verdade nada era para existir, algo completamente incompreensível.
Tão somente o infinito aberto, interminável e escuro, completamente desértico e estarrecedor.
O nada se fez matéria, cruelmente se definiu preenchendo o infinito inteiro.
A multiplicidade dos mundos paralelos, galáxias e galáxias sobrepostas umas as outras.
Em um determinado momento, o gelo em constante revolução química transformou-se em átomo quântico.
Deste modo, nasceram os múltiplos mundos, todavia, nada estava previsto para existir.
Em um planeta distante, todo azul perdido no cosmo indeterminável, nasceu a vida de uma única célula mater.
Com efeito, de um único DNA, todas formas de vida, incluindo o homo sapiens.
Todavia, nada tem sentido, a existência não tem finalidade, a razão não tem fundamento, a cognição o mais absoluto engano.
Estamos aqui sem futuro, esperando pelo esgotamento da espécie, sem deus, sem paraíso.
Com efeito, não existe o diabo, muito menos o inferno, existe apenas o capitalismo, transformando o proletário em miserável.
A nossa existência desaparecerá, quando exaurir a energia de hidrogênio, tudo voltará ser escuro, frio e desértico, como sempre foi no começo das origens.
Estamos aqui neste pequeno planeta esperando pelo nosso desaparecimento.
Somos em nossa essência o fluido do nada.
Edjar Dias de Vasconcelos.