Não estava prevista a existência do mundo.

Não estava prevista, compreenda a excrescência deste fato fenomenal.

A grande verdade nada era para existir, algo completamente incompreensível.

Tão somente o infinito aberto, interminável e escuro, completamente desértico e estarrecedor.

O nada se fez matéria, cruelmente se definiu preenchendo o infinito inteiro.

A multiplicidade dos mundos paralelos, galáxias e galáxias sobrepostas umas as outras.

Em um determinado momento, o gelo em constante revolução química transformou-se em átomo quântico.

Deste modo, nasceram os múltiplos mundos, todavia, nada estava previsto para existir.

Em um planeta distante, todo azul perdido no cosmo indeterminável, nasceu a vida de uma única célula mater.

Com efeito, de um único DNA, todas formas de vida, incluindo o homo sapiens.

Todavia, nada tem sentido, a existência não tem finalidade, a razão não tem fundamento, a cognição o mais absoluto engano.

Estamos aqui sem futuro, esperando pelo esgotamento da espécie, sem deus, sem paraíso.

Com efeito, não existe o diabo, muito menos o inferno, existe apenas o capitalismo, transformando o proletário em miserável.

A nossa existência desaparecerá, quando exaurir a energia de hidrogênio, tudo voltará ser escuro, frio e desértico, como sempre foi no começo das origens.

Estamos aqui neste pequeno planeta esperando pelo nosso desaparecimento.

Somos em nossa essência o fluido do nada.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 03/06/2020
Reeditado em 03/06/2020
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