Qual a relação da má fé em Sartre, com a religião e com a política.

A má fé é uma atitude existencial e cultural, deste modo, é política e econômica, no fundo, uma deformação do caráter do ponto de vista cultural.

Sendo assim, a má fé é um equívoco hermenêutico, através do entendimento fenomenologicamente errado, o indivíduo transforma-se no seu próprio enganador, politicamente no uso da suposta fé.

A má fé faz a pessoa ser mentirosa, a mais absoluta deformação da cultura, em referência a representação da realidade, exemplo, a existência de deus é absolutamente descartável.

Com efeito, o indivíduo consciente ou inconscientemente afirma a existência de deus, cria um mundo ético, como produto das relações econômicas.

Portanto, justificando padrões morais, sustentando a existência de um paraíso, afirmação de uma ideologia política, os cristãos pentecostais defendem o neoliberalismo, ideologia política contrária equalização social.

Deste modo, deus fundamenta-se em uma tragédia civilizatória, sendo produto da desgraça humana, significando o próprio satanismo.

Lógico que tudo isso é uma fantasia, fundamentada na má fé, uma vez que o mundo real não representa nada disso, de tal modo, o indivíduo é um mentiroso enganador de si mesmo.

Expliquei a má do ponto de vista da religião, entretanto, a má fé atinge o indivíduo em relação a sua complexidade existencial.

A explicação a má fé politicamente, em relação a compreensão de um determinado modelo político, econômico, acreditar no neoliberalismo como mecanismo de desenvolvimento econômico e equalização social, quem tem tal crença, é uma pessoa essencialmente de má fé, mentirosa.

Deste modo, não é do fundamento do neoliberalismo a equalização social, entretanto, a concentração da riqueza com a quantificação da pobreza.

Sendo assim, a má fé é um produto cultural e político, a vida da pessoa é sustentada na anti cultura, sendo que a referida transforma-se antropologicamente em cultura, as relações sociais passam a fundamentar em mentiras, crenças mistificadoras na criação da anti civilização.

Neste sentido que que Feuerbach intende deus como invenção do homem sem perspectiva histórica, Marx como alienação da miséria, Nietzsche destruição da civilização, Freud o mais absoluto delírio civilizatório.

Portanto, a fé não é fruto da consciência mas da doença psicológica, entretanto, a doença ideologicamente é entendida como saúde, assim funciona o inconsciente coletivo.

Deste modo, a má fé é uma deformação do caráter civilizatório, o individuo é em si deformado culturalmente, um ser inautêntico, vive a ficção como se fosse a realidade, a má fé leva o indivíduo através do instinto ter comportamento de boi.

Toda ação fora da perspectiva de sua realidade, fundamenta-se na má fé, imaginar que a cadeia vai recuperar o bandido, uma atitude de má, pois só a equalização social evita a marginalização, pergunto se existe marginalidade na Dinamarca.

Sendo assim, consecutivamente, o indivíduo tem uma determinada doença, imaginar que através da fé poderá ser curado, uma atitude de má fé, o maior índice da cura do câncer é entre os ateus no Norte da Europa.

Desta forma, pensar que cristianizar uma sociedade o povo será bom, estatisticamente, quanto mais cristão for um povo, pior é a vida ética moral da nação, contrariamente, o ateísmo epistemológico fundamenta-se no humanismo civilizatório.

Os povos verdadeiramente bons do ponto de vista civilizatório são os ateus, e, por que são bons, a cultura não fundamenta na má fé, exemplo do Brasil, o país mais cristão do mundo, sendo a nação inteiramente imoral, com raras exceções.

Os ateus tem consciência realística, sabe formatar o verdadeiro processo civilizatório, no qual todos são bons, politicamente são sociais liberais, eles não precisam dos deuses.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 26/04/2020
Reeditado em 26/04/2020
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