A utopia do tempo.

Chega se a um tempo, em que o tempo não é o mais o tempo.

Um instante em que o presente não existe, o futuro sumiu na perspectiva do infinito.

A utopia revela-se como fantasia.

O passado mistura-se com futuro, o presente deixa de existir.

O mais profundo silêncio.

Então qual é a substancialidade quando a essência exauriu-se.

A noite é intensa, todavia, a madrugada não descortina, a linguagem então cala.

O que virá despois, o princípio da incausalidade.

O mundo de barbelo o delírio das imaginações.

Com efeito, o sol ainda brilha, o hidrogênio não esgotou, deste modo, o medo volta existir.

Entretanto, o sonho voltará a intuição, a felicidade apenas a ideologia da reconquista.

Deste modo, o futuro é o presente, sendo o referido a impossibilidade do instante.

Sabe o que é a eternidade eternamente exaurindo, negado, o passado, o presente e o futuro.

Até a equação transformar-se em átomo quântico, não é o medo da morte.

Todavia, o tempo definindo-se.

Edjar dias de Vasconcelos.

Elogio da Loucura: Erasmo de Rotterdam.

1466-1536.

Disse Erasmo, a loucura é aceitar certos comportamentos culturais religiosos como se fossem corretos.

Erasmo foi viver na Inglaterra, tornou-se amigo de Thomas More, fidelidade um com outro até a morte de More pelas mãos criminosas de Henrique VIII.

Durante esse período, Erasmo concebeu a sua grande obra, Elogio a Loucura, crítica veemente as instituições do seu tempo, principalmente a questão política e religiosa.

Praticas culturais defendidas que não se fundamentavam em uma razão lógica, entretanto, em preceitos ideológicos.

A primeira ideia de Erasmo, não fazia mais sentido o Antigo Regime, a sociedade feudal não teria significado para aquele período histórico, comportamentos completamente irracionais.

Necessário, com efeito, a mudança não apenas do modelo político, mas também do modo de produção, as relações entre os suseranos e servos estavam definitivamente em crises.

A sociedade preparando para o novo mundo, que seria denominado de Estado moderno, a teoria como fundamento, o iluminismo.

Além do ataque as relações políticas, objetivamente desejava destruir as instituições religiosas, a imbecilidade do comportamento religioso, o aspecto psicótico, típico de um clero atrasado e medíocre.

Ataque veemente ao comportamento das ordens religiosas, o mundo da futilidade vivido pelos padres, detalhes imbecis, como exemplo, o numero das amarrações das sandálias.

A cor da roupa, padronização dos uniformes entre outras coisas, como se esse comportamento tivesse alguma relevância com a vida religiosa em si, como se esses modelos elevassem a espiritualidade.

Era crítico da exegese da época, associação de certas formas de ideologias na compreensão hermenêutica de deus, ligação do entendimento ideológico teológico ao comportamento ético político.

O homem estaria condenado ao inferno por não desenvolver a adoração correta a respeito das exigências espirituais de deus.

Erasmo tinha consciência que as práticas religiosas eram ideologias supostamente teológicas, a grande dificuldade como desvincular deus de projeções ideológicas, como se elas fossem o próprio fundamento exegético de deus.

Com maior animosidade desenvolveu críticas a respeito de comportamentos absurdos, pleitos diante dos tribunais, como amenizar questões carnais, referente ao afeto, o desejo sexual.

Transferências comportamentais absurdas, mortifica-se o desejo carnal pelo caminho da oração, punindo próprio corpo com torturas físicas.

A loucura dos salmos, quando os monges passavam a maior parte da vida odorando deus com cantos, essa prática é um insulto a inteligência de divina.

Cristo com sabedoria proibiu tudo isso ao dizer aos apóstolos, eu vos deixo apenas um preceito, um único mandamento, amai-vos uns aos outros, esse é o grande critério da salvação do homem, refletia Erasmo.

Na verdade Erasmo percebeu que a militância ligada um estado contemplativo, era tão somente alienação, perturbação mental.

Erasmo entendia que o modus que Igreja praticava a fé era loucura, como esse modus era elogiado, motivo pelo qual escreveu, Elogio a Loucura.

Portanto, significava que era vangloriado o erro de interpretação exegética que fundamentava o comportamento do clero.

A crítica desenvolvida por Erasmo, aplicação invertida da interpretação, a serviço das ideologias, as inversões sustentadas nas relações políticas, produzidas pelo sistema feudal.

A loucura permanente, o grande mérito de Erasmo, a razão do seu livro transformar-se em um clássico da literatura universal.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 09/04/2020
Reeditado em 10/04/2020
Código do texto: T6911950
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