I CHING - O LIVRO DAS MUTAÇÕES
OBS: o texto abaixo foi reproduzido de uma minirevista sem data, sem editora, Estado ou sequer Autor e se refere a milenar Arte de PREVISÃO, tradição levada muito a sério em toda a China. "Segundo a tradição chinesa, para que se obtenha o máximo do I CHING êle deve ser tratado sempre com o máximo respeito e nunca consultado sem que haja real motivo ou problema para isso, pois se trata de algo sagrado e que não deve ser importunado em vão. É absolutamente necessário que a pergunta seja formulada com exatidão. Se possível deve conter períodos de tempo, o que ajudará a interpretar a resposta". (pag. 9) "Todo o ritual que presidia a consulta ao I CHING tinha a única finalidade de obter uma resposta à pergunta formulada. Embora hoje essa cerimônia possa ser dispensada, os dois mesmos métodos de consulta continuam a ser utilizados: o do lançamento de varinhas numeradas -- mais antigo e tradicional -- ou o do lançamento de 3 moedas (iguais). Mas seja qual fôr a fórmula escolhida para consultar o I CHING, o importante é que ele nunca seja importunado com perguntas frívolas ou infantis. A personalidade do I CHING é tal, que o respeito por ele se torna coisa natural". (pag. 8) *** Sugiro que se procure a obra em lojas de livros usados ("sebos") porque não é um livro barato... as 3 moedas precisam ser iguais, de preferência antigas, já fora de uso, essa opinião segue por minha conta, porque tais objetos guardam por muito tempo a energia de quem os toca ou possui. (NATOAZEVEDO -- em 13/jan. 2020)
I CHING - O LIVRO MAIS ANTIGO DO MUNDO
Nos dois últimos anos ele foi um dos livros mais comentados no Ocidente. Nos Estados Unidos, Inglaterra, França e Alemanha quebrou recordes de vendagem. Só no Brasil teve 4 diferentes edições. Apesar disso, o I CHING pode ser considerado o livro mais antigo do Mundo, não havendo respostas definitivas sobre sua verdadeira origem. Diz, porém, a tradição que teria sido organizado, em sua forma atual, por um rei chinês de nome Wen, há mais de 1.000 anos antes de Cristo ! Dessa época até a nossa era -- um período de aproximadamente 3.000 anos -- ele vem sendo utilizado pelos chineses e outros povos do Oriente como um livro sagrado capaz de prever o futuro.
Seu texto original, onde está contida toda a Filosofia do Extremo Oriente, é de difícil compreensão para um ocidental não familiarizado com a cultura chinesa. Esta versão, porém, escrita em linguagem simples e com instruções pormenorizadas para seu uso, torna o I CHING acessível a todos. Assim, qualquer pessoa de boa vontade que o use com sinceridade e com inteligência terá em suas mãos um meio infalível de escolher o Bem e evitar o Mal. Mas é preciso tornar claro que o I CHING não se trata de um desses livros comuns de adivinhação que preveem futuros acontecimentos e nos deixam esperá-lo passivamente. Na verdade, ele jamais coloca os fatos do futuro como inalteráveis, mas como algo que segue tendências gerais. Em vez de profecias rígidas, o livro faz sugestões baseadas não no que VAI acontecer, mas no que DEVE acontecer para causar ou impedir um determinado acontecimento.
Assim, o I CHING - O LIVRO DAS MUTAÇÕES coloca-nos diante de uma idéia de futuro nunca definitivo mas que pode ser traçado e modificado de acordo com a força e a vontade de cada um. Ele faz de cada pessoa o arquiteto do seu próprio futuro, ao mesmo tempo que ajuda a evitar ou minimizar desastres, extraindo o máximo de proveito da cada situação. É um livro para aqueles que colocam a harmonia acima do ganho material. É incapaz de dizer, por exemplo, como acertar na Loteria ou fazer mal aos inimigos, mas ajudará a viver melhor e de acordo com as circunstâncias do momento, quaisquer que sejam elas.
UM UNIVERSO EM CONSTANTE MUTAÇÃO
(...) Na China, como no Japão, o LIVRO DAS MUTAÇÕES vem sendo usado desde a Antiguidade remota até o presente. (...) Mas o que é, na verdade, esse livro mágico e misterioso, capaz de desvendar o futuro, descobrir crianças perdidas, influenciar um filósofo e ganhar guerras ? Basicamente, trata-se de um livro de consultas formado de 64 textos, cada um dos quais é a explicação de um desenho diferente, formado por seis linhas superpostas. Para entender a origem dos hexagramas é preciso considerar que cada um é formado por seis linhas que podem ser inteiras ou partidas, e que representam o Yin-Yang, os dois princípios elementares do antigo pensamento chinês. Yin-Yang, opostos e antagônicos, podem ser aplicados a todos os domínios da Vida. Todos os seres, coisas ou fenômenos pertencem a um ou outro grupo. O bem e o mal, a justiça e a injustiça, o agradável e o desagradável, a simpatia e a antipatia, a atração e a repulsão, o amor e o ódio, a alegria e a tristeza, o belo e o feio são estados aparentemente contrários, mas intimamente ligados na sua profundidade. Eis porque se transformam com tanta facilidade um ou outro, no seu oposto, no seu contrário. O Princípio Único Yin-Yang é, portanto, um compasso, uma bússula aplicável a todas as artes, ciências, técnicas, etc. É um princípio sutil e profundo que deu origem à teoria dos elementos chineses do I CHING ou LIVRO DAS MUTAÇÕES e a seu universo onde nada é definitivo, onde tudo muda e se transforma.
AS LINHAS DA VIDA E DO DESTINO
Os 64 hexagramas nos quais se baseiam as previsões são formados por dois trigramas, com um total de seis linhas. Cada linha pode ser quebrada e portanto maleável, ou inteira e portanto firme. As linhas quebradas são chamadas linhas Yin e simbolizam as qualidades desse princípio: terra, passivo, negativo, mulher, escuridão, etc. As linhas inteiras, Yang, simbolizam céu, ativo, positivo, homem, luz, etc. Nenhuma das duas é melhor ou pior do que a outra, pois os dois princípios desempenham papéis igualmente importantes na totalidade da existência. Para formar os 64 diferentes hexagramas do I CHING, existem apenas oito trigramas, o máximo número que pode ser formado com apenas dois tipos diferentes de linhas. De acordo com a tradição, eles foram descobertos pelo imperador Fu Hsi (por volta de 2700 aC.), o primeiro governante conhecido na história da China e que é hoje considerado como uma figura lendária. Diz a lenda que ele viu as linhas pela primeira vez no casco de uma tartaruga. Qualquer que seja a verdade simbólica dessa história, o fato é que os trigramas são antiquíssimos, muito mais antigos que o próprio LIVRO DAS MUTAÇÕES. Basicamente, eles representam certos aspectos da Natureza, tanto ativos como passivos, tais como o trovão, o vento, a montanha, o lago, etc.
AS TRADIÇÕES DA VELHA CHINA
Cada um dos oito trigramas do I CHING recebeu um nome simbolizando elementos da Natureza, além de atributos que se supuseram num estado contínuo de transição. São eles: CÉU (em chinês, Ch'ien), o criador, masculino, ativo, formado por três linhas inteira; TERRA (K'un), o receptor, feminino, passivo, formado por três linhas quebradas; TROVÃO (Chen), movimento, perigo, formado por duas linhas quebradas e uma inteira; ÁGUA (K'an), o abismo, o fim, formado por uma linha quebra, uma inteira e uma quebrada; MONTANHA (Ken), o progresso interrompido, formado por uma linha inteira e duas quebradas; VENTO (Sun), a suavidade, a introdução, trigrama formado por duas linha inteiras e uma quebrada; FOGO (Li), a claridade, a beleza, formado por uma linha inteira, uma quebrada, uma inteira; LAGO (Tui), a compensação feliz, formado por uma linha quebrada e duas inteiras.
Acreditam os chineses que os OITO TRIGRAMAS e seu resultado de 64 hexagramas representam todas as mutações da Criação, pois, segundo eles, "o Futuro se desenvolve de acordo com leis prefixadas e números calculáveis. Conhecendo-se estes números, futuros acontecimentos podem ser calculados com precisão".
(pag. 9) - "O lançamento de varinhas ou moedas é feito sempre depois da formulação da pergunta. Feito isso, consulta-se a tabela das previsões para encontrar o número do hexagrama que contém a resposta à consulta. A interpretação dessa resposta deve ser sempre objetiva e realizada com calma. Pois, desvendado o Futuro, o I CHING é um livro poético, mágico, e suas páginas devem ser interpretadas com amor. Está no AMOR o segredo para entendê-lo, porque amor é intuição e sentimento poético e o I CHING um mago que vive no mundo da Verdade".
(OBS: reprodução completa das pags 3 até 7 do livreto... a partir daí seguem instruções de como jogar as moedas e interpretar o resultado.)