E o cérebro criou o homem: António Damósio.

E o cérebro criou o homem, magnífico trabalho desenvolvido pelo professor António Damásio a respeito do cérebro como responsável pelo comando cognitivo do homem.

O homem é apenas o seu mundo ideológico, sua racionalidade perceptiva, produto das relações culturais, o homem é a sua cultura sinteticamente sistematizada.

Não é possível entender o comportamento humano sem compreender a estrutura do cérebro os mecanismos de sua funcionalidade.

Deste modo, o cérebro dirige o homem, o corpo obedece às ordens do comando do referido, o homem é dirigido pela cognição, sem cognição não haveria o homo sapiens, portanto, o homem é produto de sua razão estabelecida.

Damásio procura compreender a lógica do cérebro, os procedimentos do mesmo na definição de como funciona a mecanicidade do modo do pensar e agir.

O homem é o que for determinado pelo cérebro.

Há uma estrutura sistêmica no cérebro, a qual é impregnada por diversas ideologias, o modus operandi do pensamento, a estrutura da linguagem na definição do saber e do ser.

Com efeito, sem o cérebro conjugado com a linguagem o homem é tão somente animal. Portanto, o homem é a sua definição gnosiológica.

O homem é essencialmente a estrutura do seu pensamento, do mundo ético ou não ético, as suas formulações científicas ou não científicas.

Definidas tais situações fica difícil o homem modificar o seu modo de ser, o homem só muda o comportamento psíquico se for reconstruída a memória como fonte de funcionamento do cérebro.

No entanto não existe destruição total na construção, o que pode acontecer maior valoração na nova construção, uma nova razão logocêntrica, a dialetização dos diversos logocentrismos, na melhor definição psíquica.

O cérebro constroi a memória, define a mesma, no processo consciente ou inconsciente na perspectiva do funcionamento do cérebro.

Portanto, o cérebro é a priori a sua constituição formatada, no entanto, não se separa o cérebro do corpo, do mesmo modo, a cognição da razão, a matéria da energia, apesar da cognição ser um produto biológico, desenvolve-se psicologicamente.

Com efeito, a memória reproduz a forma de pensar de cada homem, por meio da linguagem, com a lógica que define a estrutura mental da pessoa.

Para Damásio, a memória é sustentada por uma centralidade racional, sendo a razão responsável pela cognição desenvolvida, por todas as faculdades do cérebro, todos os mecanismos sistêmicos e não sistêmicos.

Para Damásio, o ego, significa a consciência, a constituição da memória entendida como fundamento essencial, princípio freudiano da razão formulada como consciência.

Deste modo, o ego Freudiano, o mecanismo que ajuda reconhecer a identidade da pessoa , o cérebro comanda todas as ações do homem, através do ego.

Damásio procurou entender Descartes, fazendo uso do mesmo para definir a existência do homem, sendo que o referido só é homem porque pensa.

O homem consegue ser racional, sublimando as emoções, construindo desejos, racionalizando problemas e soluções.

E o cérebro criou o homem, Damásio faz recurso a outro filósofo William James, ele fala da importância da estrutura da razão para fundamentar aquilo que é, a natureza da memória ou seja, do eu constituído como princípio de identidade.

Você é a sua identidade, a mesma é definida pelo seu mundo cultural ideológico, então como superar uma ideologia negativa prejudicial ao seu eu cognitivo.

Com efeito, tão somente pela reconstrução da memória, a referida precisa ser substanciada em todos os aspectos.

A importância epistemológica do domínio do próprio cérebro na determinação do modo de ser, nas reconstruções permanentes as irrupções epistemológicas.

Portanto, conhecer quem é o homem, necessário entender a estrutura psicológica do cérebro, o entendimento do mundo linguístico.

Tudo que está na memória, afirma Damásio, funciona como um marcador fundamental ao determinar a lógica do cérebro transformando-se na formatação da mente.

Deste modo, permitindo que o sujeito reconheça as particularidades como parte da individualidade da pessoa.

Mas o cérebro é sempre resultado de condicionáveis sociais, reflexos das diversidades, suas variáveis culturais.

O livro desenvolve a história da memória, quando surge o fundamento do cérebro, o instante em que a consciência se articula na determinação da razão.

Sendo assim, quando o eu torna se indispensável ao homem, como princípio de identidade.

No entanto, do ponto de vista histórico, como também antropologicamente, a resposta, o cérebro é essencialmente produto da linguagem.

A obra uma história da investigação evolutiva quando os processos estruturais da mente tornam-se consciência, um mecanismo de evolução no surgimento do próprio eu, como razão construída.

Deste modo, a definição evolutiva, só com a aparição do eu, a razão consciente teria base para construir memórias amplas, raciocínios imaginativos, com a criatividade da linguagem cognitiva.

Sem esses procedimentos não existiria a cultura e, sem a referida, o homem jamais evoluiria, não chegaria onde chegou, jamais teria saído do estagio anterior à linguagem.

Damásio desenvolve uma reflexão interessante, faz entender que a cultura é responsável pelo que somos, e, o que somos inteiramente regulado pela Biologia, o corpo humano, como fonte neurônica do cérebro constituído.

Deste modo, não se separa o cérebro do corpo, a cognição da linguagem, a estrutura do pensamento com a própria estruturação da memória.

De algum modo, o que acontece com a pessoa, reflete Damásio, a vida em referência ao mundo exterior, tudo que somos racionalmente devemos ao mundo cultural, uma complexidade maior que o mundo da linguagem.

Mas o homem só pode mudar o seu cérebro ou seja, o seu eu, na reconstrução da memória pelo o princípio da exterioridade, a mudança da cultura, porque a mesma sempre foi formatada ideologicamente.

O homem muda o seu destino, elaborando, reconstruindo a cultura, formulando novos processos de sínteses.

Do ponto de vista biológico o cérebro é uma rica camada de neurônios, onde tudo é fixado por relações complexas, constituído a memória, os saberes, as interpretações e construções subjetivas do mundo objetivo.

Em síntese o cérebro é de fato o segredo da existência humana, sobretudo, depois da criação da linguagem e o desenvolvimento cognitivo da memória estabelecida.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 27/12/2019
Reeditado em 06/01/2020
Código do texto: T6828244
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