A eternidade da ressurreição dos deuses.
Nada poderá existir eternamente nesse pequeno planeta, tudo vai fluir.
Do mesmo modo, nos múltiplos mundos paralelos.
A eternidade é o desaparecimento, até os sinais da escuridão não prevalecerão.
Muito menos poderá existir a claridade.
Chegará o momento em que o tempo, não será o próprio tempo, tudo que existirá, apenas o vácuo, o interminável vazio.
Todas as coisas desaparecerão como se antes nunca existissem em bilhões de galáxias.
Apenas o medo das ilusões na compreensão de tais proposições.
Desaparecerá o infinito, não existirá a linguagem para fabricar as ideologias, restará por um pequeno espaço o instinto.
O que será então, nem mesmo a intuição do nada, o que está sendo no mundo, não será.
A ideia do nada é incompreensível ao próprio nada, pelo fato da inexistência de todas as coisas.
Com efeito, nesse instante nascerá a ausência como sustentáculo do anti princípio.
A realidade é o antifundamento da insubstancialidade efetivada na ilusão do entendimento.
Quando chegar o instante, em que o próprio momento não terá sentido,
será a exaustão total dos múltiplos universos.
Uma história tão pequena aos acontecimentos dos fatos, as palavras não serão reconhecidas.
A fluidez de todas as coisas, não reconhecerá a alma sem espírito, a escuridão o vazio sem reconstituição.
Morrer será muito maior que existir, nesse tempo, o silêncio será a voz de todos os inexistentes.
No entanto, qual a problemática fundamental, os ouvidos não foram reformulados.
Um permanente sono recobrirá nossos olhos, destruindo o desejo de sorrir.
A eternidade do vazio continuado, os deuses estão lá ressuscitados como estátuas imortais.
Edjar Dias de Vasconcelos.