"NÃO FAÇA GUERRA..."
1969 ficou marcado, na história do Brasil, não só pelo fato de ter sido subsequente ao ano que, por cá, houve uma relevante ruptura político-social: a decretação do AI-5. Naquele ano, há exatamente meio século, os Estados Unidos da América sediavam um dos maiores eventos populares de todos os tempos, o Festival de Woodstock.
Entre 15 e 18 de agosto de 1969 pelo menos 4oo mil pessoas ocuparam uma fazenda, na cidade de Bethel, estado de New York. Na ocasião, diversas bandas de rock-n’roll se revezaram para tocar para uma multidão frenética. Os fuliões que se despiam de qualquer preconceito para se manifestarem em prol de liberdades sexuais e livre pensamento, embora impulsionados por ideias consideradas libertinas e substâncias lisérgicas. O principal objetivo, entretanto, ainda era o posicionamento contra as injustiças praticadas pelos mais variados segmentos sociais e nas mais diversas formas, ao redor do mundo.
As mais atrozes agressões resultantes das guerras eram o alvo principal, sobretudo a Guerra do Vietnã, protagonizada pelos EUA, que já fazia milhares de vítimas. Também a chamada Guerra Fria que gerava a fome e a submissão de milhões de criaturas em todo o mundo e a fomentação de uma cultura desumana, nefasta a toda uma sociedade global.
Os organizadores de Woodstock não contavam com a presença de uma plateia tão numerosa. Conseguiram atrair centenas de milhares de jovens que instigados pela temática do rock e do movimento hippie que tinha como lema insubstituível “paz e amor”, o desprendimento de bens materiais e um pensamento livre de ambições. Artistas como Bob Marley cantava temas contra as agressões coletivas, a perseguição ideológica e entoavam canções como “não faça guerra, faça amor”. Ficaram famosos hits como War No More (guerra nunca mais).
Interessante é que aquele momento foi de vasta prosperidade intelecto-cultural para vários artistas, não só lá nos EUA como por cá, apesar do monitoramento de um rigoroso AI-5.