Introdução a uma metafísica bem próxima.
Queria ser exatamente o que sou, motivo pelo qual sou muito feliz.
Queria ter nascido na Fazenda Serra da Moeda, no município de Itapagipe Triângulo Mineiro.
Queria ser a fusão da genética dos Vasconcelos, Dias e Batista, o que de fato sou.
Queria ter passado a infância ao meio da natureza como passei, contemplando rios, floresta e animais.
Queria estudar no colégio de Campina Verde dos Padres lazarista, como estudei.
Posteriormente, como seminarista, estudar Filosofia, Psicologia e História, na Universidade Católica de Belo Horizonte.
Foi onde estudei, queria fazer o meu noviciado no convento do Caraça, vendo os lobos jantarem todas as noites no pátio do convento.
O meu noviciado foi realizado no convento do Caraça, desejei estudar com os Franciscanos e estudei em Petrópolis.
Desejei terminar o meu bacharelado em Teologia em São Paulo e terminei.
Sempre sonhei em ser ateu, hoje eu sou ateu, sou profundamente feliz, por ter a cabeça que tenho.
Não acreditar em deus, é a minha maior felicidade, saber que a vida não tem sentido, magnífico.
Como é bom viver sabendo que a existência termina em nada, pois a realidade de todas as coisas é o nada.
Entender que do ponto de vista biológico, não tenho diferença de qualquer mamífero.
Se tenho alguma especificidade pelo fato de ter a cognição desenvolvida.
Por todas essas razões sou absolutamente feliz, morrer e desaparecer como se nunca tivesse um dia existido, deixa me completamente realizado.
Sou a minha transição em referência ao elo que esgota em minha própria pessoa.
Logicamente que haverão outras transitoriedades das quais sempre fiz parte, mesmo com a minha exaustão exposta a natureza.
Um silêncio profundo faz a minha substancialidade não ser absolutamente nada.
Entretanto, ainda existe um pequeno tempo em direção a negação da eternidade de um ser exaurido.
O qual define-se pela exaustão dos meus próprios sonhos.
Edjar Dias de Vasconcelos.